Diversas empresas já vêm testando carros autônomos pelas ruas dos EUA, como o Google (através da sua empresa-irmã Waymo), a Uber, a Apple e até a Samsung. Mas, por enquanto, todos os testes são feitos com um motorista em frente ao volante, pronto para assumir o comando do veículo caso necessário.
Um teste conduzido pela montadora Ford recentemente, porém, apelou para uma abordagem diferente. A empresa colocou um motorista fantasiado de banco para dirigir um carro pelas ruas de um campus em Blacksburg, cidade da Virgínia, de forma que quem visse de fora pensaria que o veículo estava se dirigindo sozinho.
Embora pareça uma “pegadinha”, o intuito da Ford com a ideia era bem sério, como explica o site TechCrunch. A empresa usou o motorista fantasiado de banco para estudar como os pedestres, outros motoristas na pista e ciclistas reagem à presença de um veículo supostamente autônomo compartilhando o mesmo espaço público.
O experimento foi conduzido no Virginia Tech Transportation Institute (VTTI). O que a Ford descobriu foi que boa parte da comunicação entre motoristas na rua ainda depende de contato visual e gestos sutis que indicam qual será o próximo movimento que um carro fará. Algo que veículos autônomos não são capazes de fazer.
Por isso, a empresa decidiu montar seu carro de teste com um painel de luzes LED que piscam em diferentes padrões. A ideia é que esses padrões indiquem atitudes que o carro autônomo pretende tomar em seguida, como freiar para deixar um pedestre passar – algo que motoristas humanos indicam com um gesto com as mãos de “pode passar”, por exemplo.
A Ford também realiza experimentos com carros autônomos de verdade, sem motoristas fantasiados de banco. Junto com o VTTI, a montadora já realizou mais de 150 horas de testes em um percurso acumulado de quase 3.000 quilômetros. O objetivo do estudo com luzes de LED é desenvolver padrões de comunicação para toda a indústria de carros autônomos no futuro.