As casas inteligentes e conectadas são uma das tendências mais fortes do mundo da tecnologia. No entanto, ao invés de uma vida mais fácil, a americana Ferial Nijem acabou tendo que lidar com um verdadeiro pesadelo. Seu ex-companheiro usou os dispositivos conectados para seguir e amedrontar a jovem após o fim do relacionamento.
Em entrevista concedida à CBC, Ferial Nijem conta que acredita ter sido vítima de um “abuso tecnológico”. A casa para onde se mudou com o parceiro tinha um sistema de automação conectado às lâmpadas, aquecimento, sistema de som, câmeras de segurança e até às cortinas. Tudo havia sido montado pelo antigo companheiro e podia ser controlado à distância.
Durante o relacionamento, a americana disse ter notado alguns comportamentos estranhos. Em alguns momentos, o companheiro ligava para a Ferial Nijem e pedia para dar “oi” à qualquer um que a acompanhasse no recinto. No entanto, foi durante uma crise do relacionamento que o homem aproveitou toda a tecnologia da casa para amendrontá-la.
“No meio da noite, eu e meus cachorros fomos acordados por uma música estridente em nosso sistema de som. Eu tinha luzes piscando rapidamente e a TV ligando e desligando”, contou a americana. “Isso só é feito para te causar trauma, medo e ansiedade”.
Apesar dos sustos constantes, a americana relatou ainda que não conseguia retomar o controle da sua casa, pois o sistema havia sido desenhado pelo ex-marido. Além disso, se tentasse desligar a plataforma de automação, toda a casa seria desligada automaticamente. A jovem tentou buscar ajuda com a polícia, mas não obteve socorro porque o parceiro era listado como único proprietário do imóvel.
Por fim, Ferial Nijem acabou recebendo apoio de organizações de proteção às mulheres. Entretanto, o caso da americana levanta a questão sobre o uso de tecnologia de automação doméstica para abuso e invasão de privacidade.
Em maio, uma caixa de som inteligente da Amazon gravou e enviou uma conversa entre um casal para um dos seus contatos. Embora a companhia defenda que tudo tenha acontecido por uma sucessão raríssima de erros, o caso não deixou de chamar a atenção ao redor do mundo por conta do potencial ofensivo da ferramenta.