O Volkswagen Group anunciou hoje durante o evento TechCrunch Disrupt que criará uma empresa separada, chamada de Moia, para se dedicar a soluções de mobilidade urbana. O objetivo da empresa dentro do grupo Volkswagen será pensar em soluções de transporte urbano que vão além da propriedade individual de um carro.

De acordo com Ole Harms, o CEO da nova empresa, o transporte urbano é o “sangue” das cidades; o objetivo da Moia é ser o “coração”, garantindo que o sangue (carros, ônibus e outros meios de transporte) flua de maneira suave. Para isso, a primeira ideia da empresa é criar veículos fretados com transmissões elétricas que viajarão em percursos desenhados segundo o trajeto de cada cidade.

Esses veículos levarão alguns passageiros por vez e poderão ser requisitados por aplicativo. O usuário chamará o veículo e então esperará por ele em algum ponto próximo ao seu local e à rota do fretado. Nos casos em que o veículo for chamado por uma única pessoa, a Volkswagen pensa em terceirizar essa viagem a outras empresas de transporte, como a Gett.

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Problema atual

Segundo Harms, a ideia da Moia veio durante uma viagem a Jakarta, na Indonésia, quando ele se deu conta de que o trânsito deixava a viagem de carro quase inútil. Ele percebeu, também, que esse não era um problema que a Volkswagen conseguia resolver com produtos já existentes. Por isso, a empresa pretende construir os veículos da Moia sob medida para suas ideias e negociar com as prefeituras de cada cidade onde for atuar.

Há também o desafio de negociar com a opinião pública de regiões que já sofrem com muito trânsito. Embora o serviço da Moia seja uma solução de médio a longo prazo, no curto prazo os carros da empresa serão apenas mais carros para o engarrafamento. Ainda assim, o CEO da nova empresa considera que a Moia é parte de uma mudança no mercado de mobilidade urbana que inevitavelmente reduzirá cada vez mais a venda de carros.

Passo a passo

Inicialmente, a Moia pretende atuar em duas capitais europeias até o fim de 2017. Uma delas provavelmente será Berlin, que já abriga o centro de operações da nova empresa. Os planos de expansão, contudo, incluem tanto os EUA quanto a China. Seu objetivo final é se tornar uma das três maiores empresas de mobilidade urbana no mundo nos próximos dez anos.

Talvez a proximidade com Berlin seja um dos fatores que pesou na opção por transmissões elétricas: a capital alemã pretende acabar com carros movidos a combustíveis fósseis até 2030. Outras ideias de design já apresentadas pela empresa incluem também carros autônomos com telas individuais para cada passageiro; além de oferecer entretenimento durante as viagens, essas telas poderiam também veicular publicidade, o que criaria uma nova fonte de receita para o serviço.