Todas as galáxias possuem um buraco negro, bilhões de vezes mais pesado que o Sol, habitando o seu centro. É possível ver seu brilho de longe, embora muitos deles estejam adormecidos – até o momento em que uma estrela se aproxima dele, causando um fenômeno luminoso que pode durar até um mês, conhecido como perturbação das marés.
De acordo com a revista Science, uma nova geração de pesquisas está registrando diversas imagens desse tipo de evento, dando origem a novas ideias sobre como eles acontecem e quais as consequências.
Suvi Gezari, pesquisadora da Universidade de Maryland, afirma: “Ainda estamos nas trincheiras, tentando entender os mecanismos físicos que alimentam essas emissões”.
As imagens capturadas e analisadas pelo estudo mostram que, assim que a estrela se aproxima do buraco negro, ela se fragmenta em milhares de pedaços. Na sequência, o buraco negro engole metade da matéria que a compõe, enquanto o restante se arqueia em longas serpentinas.
Esses fragmentos recuam rapidamente e se misturam ao disco que alimenta o material no centro do buraco negro. Nesse momento, sua temperatura chega a níveis extremamente altos, capazes de emitir radiação.
Gerazi e seus colegas descobriram ainda que os espectros do evento de perturbação de marés se dividiam em três classes: dominadas por hidrogênio, hélio ou uma mistura de gases.
O hidrogênio indica grandes estrelas jovens, enquanto os de hélio podem apontar para os núcleos de estrelas mais antigas, nas quais as camcadas de hidrogênio foram arrancadas anteriormente – provavelmente por um contato anterior com o buraco negro.
Gerazi e sua equipe apontam que as proporções trazem maiores detalhes sobre as estrelas nos centros das galáxias, que, a medir pela distância da Terra, seriam impossíveis de sondar.
Via: UOL