Em 25 de março deste ano o astrônomo amador australiano Michael Mattiazo descobriu um cometa analisando dados do instrumento Solar Wind Anisotropies Camera (SWAN) do observatório espacial SOHO, da Nasa.

O cometa, batizado oficialmente de C/2020 F8, ou “Cometa Swan”, chamou a atenção por uma súbita emissão de hidrogênio, que tem o potencial para torná-lo “o mais brilhante em décadas”. Fotos espetaculares, feitas com longa exposição e divulgadas na internet, aumentaram a expectativa por um espetáculo nos céus.

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Infelizmente, parece que o Swan vai desapontar. Segundo Joe Rao, do site Space.com, os cometas mais brilhantes são compostos por grandes quantidades de poeira, que reflete a luz do sol. Swan, entretanto, é um cometa “gasoso”, um tipo que aos nossos olhos não costuma passar de um ponto difuso no céu.

Pesquisadores acreditam que Swan é um “recém-nascido”, um cometa vindo da nuvem de Oort (uma nuvem de objetos entre 100 m e 100 km ao redor de nosso sistema solar) em sua primeira passagem próxima do sol. Estes cometas são cobertos com materiais voláteis, como nitrogênio, monóxido e dióxido de carbono congelados, que evaporam rapidamente mesmo longe do Sol. Isso causa um aumento súbito em seu brilho que pode aumentar as expectativas. Mas depois que esse “gelo” evapora, o brilho diminui drasticamente.

Quando foi descoberto o cometa tinha magnitude +7.2, visível apenas com binóculos ou telescópios. Em 30 de abril ela havia saltado para +5.2, o que o tornava fracamente visível a olho nu em locais com o céu escuro. Mas desde então o cometa perdeu brilho, e atualmente tem magnitude +5.6.

Na escala de magnitude usada na astronomia, quanto mais brilhante um objeto, menor é sua magnitude. Vênus, em brilho máximo, tem magnitude -25, e a Estação Espacial Internacional (ISS) tem magnitude -26.

Em 27 de maio o cometa irá atingir o periélio, ponto de sua órbita mais próximo do Sol, a cerca de 65 milhões de km de distância. Neste momento ele pode ter magnitude de +3.5, comparável a uma estrela de nível médio. Isso ainda pode acontecer se houver outro “surto” na emissão de gases e partículas. Se não, ele pode continuar na magnitude atual, ou ficar ainda menos luminoso.

Infelizmente, o cometa Swan não está visível no Brasil.

Fonte: Space.com