No domingo (2), Elon Musk, CEO da SpaceX, deu as boas-vindas aos primeiros astronautas da Nasa a voar a bordo da cápsula Crew Dragon. Doug Hurley e Bob Behnken retornaram à Terra após dois meses em órbita.

Após voltarem ao planeta, eles voaram até Houston, onde encontraram Musk junto de Jim Bridenstine, administrador da Nasa. Lá, eles conversaram e puderam compartilhar como foi a experiência da viagem, além de falarem sobre os próximos planos da empresa.

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As missões envolvendo a cápsula Crew Dragon fazem parte do Commercial Crew Program (Programa de Tripulações Comerciais), cujo objetivo é facilitar os lançamentos espaciais por meio de uma parceria entre a Nasa e companhias privadas.

“Eu acho que isso representa uma nova era para os voos espaciais. Vamos para a lua, construiremos uma base, enviaremos pessoas para Marte. Achamos que este dia anuncia uma nova era de exploração espacial”, declara Musk.

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Momento do pouso da cápsula trazendo os astronautas. Foto: SpaceX

Voos do tipo são sempre arriscados, particularmente quando é um teste, já que esse é a primeira decolagem tripulada da Crew Dragon. A Nasa define a missão, intitulada Demo-2, como “o primeiro voo em órbita de astronautas norte-americanos em foguetes norte-americanos a partir de solo americano desde o final da era do ônibus espacial, em 2011”.

“Eu acho que toda minha adrenalina se esgotou hoje. Tipo, graças a Deus. Não sou muito religioso, mas rezei por eles”, confessa o CEO da SpaceX. Ele ainda comentou sobre o período em que o mundo se encontra, e em como esse voo é um grande passo para a humanidade.

“Acho que isso é algo que o mundo inteiro pode ter algum prazer e pode realmente considerar como uma conquista da humanidade. São tempos difíceis, quando não há tantas boas notícias. Acho que essa é daquelas coisas universalmente boas, não importa onde você esteja no planeta Terra. É uma coisa boa e espero que ilumine o seu dia”, finaliza.

Souvenirs a bordo

Além de Bob e Dough, a Crew Dragon trouxe 150 kg de carga, incluindo amostras de experimentos biológicos realizados a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS). Retornaram também três souvenirs, dois deles adoráveis: “Earthie”, um planeta Terra de pelúcia que voou a bordo do primeiro teste não tripulado de uma Crew Dragon, em 2019, e o dinossauro de pelúcia “Tremor”, escolhido pelos filhos dos astronautas como “indicador de gravidade zero” durante a decolagem da Demo-2.

O terceiro item é uma bandeira dos EUA que voou ao espaço na primeira missão de um ônibus espacial, a STS-1 em 1981, e foi deixada a bordo da ISS pela última tripulação de um ônibus espacial, na missão STS-135, em julho de 2011.

O objetivo era que ela servisse como “prêmio” para a primeira empresa norte-americana a levar astronautas para a ISS a bordo de uma espaçonave norte-americana lançada a partir de solo norte-americano. Curiosamente, Doug Hurley foi o piloto da STS-135.

O que vem agora?

O retorno seguro da Demo-2 era o último requisito para a Nasa certificar oficialmente a Crew Dragon para missões tripuladas, abrindo caminho para voos comerciais de rotina no programa Commercial Crew Services (CCS) e eliminando a dependência dos EUA dos veículos espaciais soviéticos.

A SpaceX já se prepara para suas duas próximas missões tripuladas. A Crew-1 deve decolar em setembro, levando quatro astronautas: os norte-americanos Michael S. Hopkins, Victor J. Glover e Shannon Walker, e o japonês Soichi Noguchi. A Crew-2 deve decolar em 2021, também com quatro astronautas a bordo. São eles os norte-americanos Shane Kimbrough e Megan McArthur, o japonês Akihiko Hoshide e o francês Tomas Pesquet.

A Boeing, que também participa do programa CCS, não teve sucesso no primeiro teste de sua cápsula Starliner em dezembro passado, e ainda não tem uma data prevista para sua primeira missão tripulada.

Via: Space