Novas imagens produzidas pelo telescópio espacial Hubble mostram o que acontece a uma estrela no fim de sua vida. O observatório usou o instrumento Wide Field Camera 3 (WFC3), capaz de registrar luz desde o ultravioleta até o infravermelho, para fotografar as nebulosas planetárias NGC 6302, conhecida como “Nebulosa Borboleta” e NGC 7027, revelando detalhes inéditos de suas estruturas.

Estrelas são verdadeiros reatores de fusão nuclear no espaço. Depois que a fusão se inicia e a estrela nasce, elas se mantém relativamente tranquilas por centenas de milhões ou bilhões de anos. Mas ao final de sua vida um tipo de estrela, conhecido como gigante vermelha, começa a ejetar nuvens e jatos de gás ionizado, formando grandes estruturas no espaço que, além de belas, são intrigantes.

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A missão do Hubble era ajudar os cientistas a entender os mecanismos por trás do surgimento e comportamento destas nebulosas. Elas já haviam sido fotografadas anteriormente, mas não usando todo o espectro disponível à WFC3.

“Estas novas observações em múltiplos comprimentos de onda nos dão a visão mais completa até hoje de ambas estas nebulosas espetaculares”, disse Joel Kastner, do Instituto de Tecnologia de Rochester, nos EUA, e líder do estudo.

As novas imagens revelam como ambas as nebulosas estão se “desfazendo” em uma escala de tempo extremamente curta, permitindo aos astrônomos ver como mudaram nas últimas duas décadas.

Os pesquisadores suspeitam que no coração de cada nebulosa havia duas estrelas, uma orbitando a outra. Elas estão próximas o bastante para que a maior delas arranque material da menor, e essa interação produz um disco de gás ao redor de uma ou ambas as estrelas. Uma evidência disso é seu formato incomum, com uma “cintura fina” e lóbulos ou jatos de gás emitidos a partir dos polos.

A imagem de NGC 7027, por exemplo, mostra que sua nuvem de gás estava lentamente se expandindo em padrões esfericamente simétricos. Mas segundo Kastner, recentemente algo em seu centro “enlouqueceu” e produziu um novo padrão de gás que lembra um trevo, com “projéteis” de material sendo disparados em direções específicas.

Fonte: Phys.org