A SpaceX cancelou o lançamento de um foguete Falcon 9 que iria decolar de Cabo Canaveral, na Flórida, às 18h00 (horário de Brasília) desta terça-feira (14). Desta vez o culpado não foi o tempo, que está favorável, mas sim uma falha de hardware que levou à necessidade de “inspecionar o segundo estágio e trocar componentes se necessário”.
Standing down from tomorrow’s launch of ANASIS-II to take a closer look at the second stage, swap hardware if needed. Will announce new target launch date once confirmed on the Range
— SpaceX (@SpaceX) July 13, 2020
A carga de hoje seria o Anasis-II, o primeiro satélite militar de comunicação da Coréia do Sul. O pouco que se sabe sobre o equipamento é que ele é baseado na plataforma Eurostar E3000, da empresa francesa EADS Astrium.
Este seria o 12º lançamento da SpaceX neste ano. O Falcon 9 usado nesta missão é o mesmo que levou os astronautas Doug Hurley e Bob Behnken ao espaço em março deste ano na histórica missão Demo-2.
Após levar o satélite ao espaço o foguete retornaria à Terra e tentaria pousar a bordo da balsa “Of Course I Still Love You”, no Oceano Atlântico. A SpaceX também tentaria recuperar as duas metades da carenagem que protege o satélite durante o lançamento, usado os barcos Ms. Tree e Ms. Chief.
A empresa ainda não anunciou uma nova data para o lançamento do Anasis-II
Rumo às estrelas
Enquanto prossegue com os lançamentos comerciais do Falcon 9, a SpaceX está focando seus esforços de engenharia no desenvolvimento da Starship, espaçonave que a empresa pretende usar para viagens interplanetárias, com o objetivo principal de colonizar Marte.
A SpaceX vem seguindo uma rotina agressiva de testes, com vários protótipos sendo construídos (e destruídos) em sequência. Isso é fruto de uma estratégia conhecida como Minimum Viable Product (MVP, Produto Viável Mínimo), muito comum em startups de software. A ideia é coletar o máximo possível de informações validadas com o mínimo de esforço.
Por exemplo, diante da necessidade de comprovar a ignição confiável do propulsor a SpaceX constrói apenas o mínimo necessário para o teste, muitas vezes não mais do que um tanque de combustível, o propulsor e um controle de ignição, algo que pode ser feito rapidamente e com baixo custo.
Em caso de falha, um “artigo de teste” substituto, incorporando uma correção, pode ser montado e testado rapidamente. Se for bem-sucedido, o aprendizado é levado para um novo estágio do produto (no caso a espaçonave), e assim por diante.
A empresa deve fazer nesta semana o primeiro teste de voo em baixa altitude, usando um protótipo conhecido como SN5. A expectativa é que ele atinja uma altitude de 150 metros.
Fonte: CNN