Pela primeira vez em mais de 50 anos, um foguete decolou do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, e voou em direção ao sul para colocar sua carga em uma órbita polar. Foi um Falcon 9, da SpaceX, que levou o satélite de observação terrestre argentino SAOCOM-1B.
Em geral, os lançamentos que partem da Flórida vão para o leste e sobrevoam o Atlântico até chegar ao Equador. Lançamentos para o sul saem da base aérea de Vanderberg, na Califórnia.
O motivo é prático: quando sai da Flórida, o foguete tem de sobrevoar áreas densamente povoadas, como Miami e Cuba. Isso pode colocar a população em risco se houver uma falha no lançamento. Se saem da Califórnia, praticamente todo o voo ocorre sobre o Oceano Pacífico, o que reduz o risco.
A SpaceX conseguiu autorização para fazer o lançamento da Flórida porque o Falcon 9 tem um sistema automatizado de segurança de voo. Ele é capaz de destruir o foguete quando há qualquer anormalidade no lançamento. A altitude e a velocidade do foguete são calculadas para que não haja risco para as pessoas no solo em caso de destruição.
O satélite foi colocado em uma órbita polar e heliossíncrona. Com isso, ele vai sobrevoar uma região exatamente no mesmo horário todos os dias. Isso é importante para sua principal missão: a prevenção e o combate de desastres naturais. Após o lançamento, o primeiro estágio do Falcon 9 retornou à Terra. Esse foi o quarto voo desse primeiro estágio e seu primeiro pouso em terra firme desde março.