A SpaceX, de Elon Musk, se candidatou para abocanhar o bilionário Fundo de Oportunidade Digital Rural (RDOF) da Comissão Federal de Comunicação (FCC) dos EUA. Nesta primeira fase do mecanismo, os Provedores de Serviço de Internet (ISP) poderão obter um financiamento de até US$ 16 bilhões para expandir a cobertura de banda larga de alta velocidade em regiões carentes e não atendidas da zona rural norte-americana.

Ao menos seis milhões de famílias e empresas que estão nestas áreas não têm acesso à internet banda larga. Assim, esperam que a solução venha literalmente do céu, a partir dos satélites do ambicioso projeto Starlink da SpaceX, cujo objetivo é oferecer acesso rápido à web em qualquer lugar do planeta.

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No entanto, a empresa ainda precisa garantir que consegue oferecer um serviço com latência inferior a 100 milissegundos, velocidade de download de 25 Mbps e upload de 3 Mbps, conforme exigência da FCC.

ReproduçãoA cada nova missão da SpaceX, aumenta o aglomerado de satélites do projeto Starlink. Objetivo é alocar 12 mil destes equipamentos na Órbita Terrestre Baixa. Crédito: SpaceX/Divulgação

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Resultados iniciais são animadores

Durante uma apresentação, a iniciativa de Musk mostrou testes de desempenho de internet com velocidades de download entre 102 Mbps a 103 Mbps; de 40,5 a 42 Mbps de upload; e latência de 18 a 19 milissegundos. Se os resultados se confirmarem, essa qualidade seria muito melhor do que a obtida via satélite convencional, sendo comparável à internet a cabo de baixo custo e muito além do que a maioria dos usuários rurais de rede mundial de computadores pode ter atualmente.

Outros testes independentes demonstraram resultados ligeiramente mais modestos, mas igualmente animadores. Análises a partir do serviço TestMy.Net resultaram em uma velocidade média de download de 37,04 Mbps (com máxima de 91,04 Mbps). A máxima com outros testes chegou a 103 Mbps, com padrão de upload de 41,99 Mbps e uma latência de 18 ms.

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A meta a longo prazo do projeto Starlink é ter 12 mil satélites orbitando a Terra, mas no momento conta com cerca de 775. Segundo o fundador da companhia, Elon Musk, a SpaceX precisa de cerca de 400 destes corpos celestes artificiais para fornecer uma cobertura “menor” e de 800 para abrangência “moderada”.

ReproduçãoBatizado de ‘UFO on the Stick’ (literalmente OVNI num Bastão), terminal de recepção de internet Starlink acompanha automaticamente a movimentação dos satélites. Crédito: darkpenguin22 via Reddit

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‘Parece um OVNI fino’

A demanda reprimida pela internet rápida de Órbita Terrestre Baixa (LEO na sigla em inglês para Low-Earth Orbit) oferecida pelo Starlink também está aumentando. Em 31 de julho, a SpaceX solicitou licença da FCC para lançar 5 milhões de terminais de usuários ‘UFOs on the Stick’ (literalmente Ovnis num Bastão), que serão instalados em casa para recepção do sinal. Inicialmente, o pedido – aprovado em março –, era para ‘apenas’ 1 milhão. Mas o entusiasmo aumentou depois que 700 mil pessoas de todos os 50 estados norte-americanos se inscreveram com interesse em adquirir o serviço.

Nas palavras do próprio Musk, o terminal “parece um OVNI fino, achatado e redondo em um bastão”. Segundo ele, a tecnologia do dispositivo é avançada o suficiente para encontrar o sinal por conta própria, sem que seja preciso os usuários fazerem qualquer tipo de ajuste. Enquanto a ‘frota’ de satélite se move no céu, o equipamento se ajusta automaticamente. 

A Federação dos Municípios do Norte de Ontário (Fonom) também está de olho nas façanhas da SpaceX. “Sabemos hoje que nossos cidadãos exigem mais conectividade do que 50/10 megabits por segundo”, disse o presidente da entidade, Danny Whalen, em um recente comunicado à imprensa. E as palavras do canadense são claras e diretas: “A Fonom acredita que o programa Starlink é a nossa melhor opção.”

 

Fonte: ZDNet