Como homenagem ao grande ator sueco Max von Sydow, que nos deixou no início desta semana, seleciono aqui dez de seus melhores filmes.

O ator foi revelado dentro do cinema sueco, primeiro com Alf Sjoberg, depois com Ingmar Bergman, com quem atingiu um outro status, o de protagonista. Por esse motivo metade dos filmes da lista são desse diretor.

Nesta seleção (em ordem cronológica), estão filmes marcantes em que Sydow teve interpretação marcante, mesmo quando não foi protagonista.

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O Sétimo Selo (Ingmar Bergman, 1957)

O filme que tem a imagem que estampou boa parte das manchetes desta segunda: a do cavaleiro medieval jogando xadrez com a morte. É também o filme que o revelou internacionalmente.

O Rosto (Ingmar Bergman, 1958)

Talvez seu papel mais difícil entre os que fez com Bergman, pela densidade do filme. Um verdadeiro teste, que Sydow tirou de letra.

A Hora do Lobo (Ingmar Bergman, 1967)

Mais próximo do horror do que qualquer outro filme de Bergman, este longa traz Sydow numa das atuações mais impressionantes de sua carreira. É o primeiro dos três longas que rodou com Liv Ullmann no final dos anos 1960, logo após Bergman ter estourado criticamente com “Persona” (1966).

Vergonha (Ingmar Bergman, 1968)

Aqui, o horror está na guerra, mas também no casamento conturbado. Segundo da trilogia informal com Liv Ullmann.

A Paixão de Ana (Ingmar Bergman, 1969)

Este é o terceiro, e talvez o menos visto e celebrado da inesquecível trilogia com Ullmann.

O Emigrante (Jan Troell, 1971)

O casal dos filmes do final dos anos 1960 de Ingmar Bergman, Sydow e Liv Ullmann, estão neste épico sueco sobre emigração no século 19 com algumas cenas antológicas.

O Exorcista (William Friedkin, 1973)

Como Padre Merrin, principal responsável pelo exorcismo da pequena Regan, Sydow se mostra afinado com o espírito da Nova Hollywood, que atingia naquele momento seu auge, após o Oscar de 1972 para “O Poderoso Chefão”, de Coppola.

Conan, o Bárbaro (John Milius, 1982)

Claro que a estrela deste filme é Arnold Schwarzenegger (além do próprio diretor, John Milius). Mas Sydow se sentia muito à vontade nesse tipo de filme, e arrebenta num papel pequeno, mas importante.

Morte nos Sonhos (Joseph Ruben, 1984)

No mesmo ano em que interpretou magistralmente um personagem em “Duna”, de David Lynch, Sydow atuou também neste longa injustiçado do subestimado Ruben. Vale a pena conhecer este filme e sua magnífica atuação, ainda que ele não seja protagonista.

Hannah e Suas Irmãs (Woody Allen, 1986)

Ele é o professor, marido da irmã vivida por Barbara Hershey, que tem com ela uma discussão de relacionamento marcada por uma atuação irrepreensível de ambos.

* Sérgio Alpendre é crítico e professor de cinema