Por alguma sorte e talento, Mark Ruffalo não ficou marcado por seu personagem mais popular, o Hulk dos Vingadores. Talvez porque Bill Bixby, Eric Bana e Edward Norton já tinham interpretado o mesmo personagem, mas também porque o próprio Ruffalo soube escolher papéis em tipos diferentes de filmes, da comédia romântica ao drama de tribunal, como o recente “O Preço da Verdade”.

Aqui selecionamos sete de seus melhores momentos no cinema. A impressão geral é a de que o ator ainda não estrelou um verdadeiro grande filme em sua carreira (“Ilha do Medo” e “E se Fosse Verdade” chegam mais perto disso), o que de certo modo é um grande desperdício de seu carisma na frente de uma câmera.

Com 52 anos, o ator ainda tem uma longa carreira pela frente. Vejamos onde poderá chegar.

Códigos de Guerra (John Woo, 2002)

Ainda como coadjuvante, mas num ano importante para sua carreira. E dirigido por um grande diretor chinês em carreira americana.

Em Carne Viva (Jane Campion, 2003)

É seu primeiro grande papel (quase um protagonista) em produção de prestígio, embora seja um filme menor da grande Jane Campion.

E Se Fosse Verdade (Mark Waters, 2005)

Contracenando com Reese Witherspoon numa comédia romântica muito bem levada pelo talentoso Waters (de “Meninas Malvadas”).

Zodíaco (David Fincher, 2007)

Muitos consideram este o melhor filme de Fincher, a despeito de seu roteiro esquemático e do ritmo sorumbático. Ruffalo, contudo, tem nele um ponto de virada de sua carreira.

Ilha do Medo (Martin Scorsese, 2010)

Filme um tanto incompreendido de mestre Scorsese, em que os momentos de brilho superam de longe os momentos falhados.

Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo (Bennett Miller, 2014)

Filme certinho, como “O Preço da Verdade”, só que um pouco mais bem levado, menos calcado em clichês.

Spotlight: Segredos Revelados (Tom McCarthy, 2015)

Outro filme certinho, dirigido academicamente sobre um grande tema. Mas aqui ao menos Ruffalo não é desperdiçado.

Sérgio Alpendre é crítico e professor de cinema