Um professor de matemática da Austrália deu um jeito de comparecer em suas aulas mesmo após ficar isolado em quarentena por conta do coronavírus. Victor Sun visitou a China recentemente e, por precaução, impôs um isolamento a si mesmo. Porém, para manter seus alunos envolvidos, Sun passou a conduzir suas aulas por videochamada, de sua própria casa.

O professor disse à imprensa australiana que esteve em Xangai recentemente, visitando sua família durante o feriado do Ano Novo Lunar, e retornou na última sexta-feira (31) para Darwin, na Austrália. O governo australiano estabeleceu áreas de quarentena para pessoas evacuadas da província chinesa de Hubei, epicentro do vírus. Pessoas que vieram de outras regiões da China, no entanto, receberam instruções de se colocar em isolamento durante 14 dias.

“No geral, acho que está indo tudo bem até agora, com o comportamento deles”, disse Sun, comentando sobre os estudantes. “Meus alunos ainda estão interagindo e se envolvendo com a sala de aula virtual”.

Os alunos mais jovens parecem estar mais envolvidos com a nova configuração de aulas, segundo o professor, enquanto os mais velhos não se importam com o lado técnico das coisas e querem simplesmente concluir seu trabalho.

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“Não queremos que os alunos fiquem para trás”, afirmou Sun, acrescentando que as crianças do 11° e 12° anos têm grandes testes padronizados se aproximando.

O St. John’s Catholic College, escola na qual Sun trabalha, está usando um laptop, uma webcam de US$ 150 e uma conta com a videoconferência Zoom para transmitir as aulas. A turma também possui um microfone que pode ser passado pela sala para que os alunos façam perguntas, mostrando o quão simples pode ser implementar o modelo de ensino à distância em 2020, algo que foi um sonho futurista por quase 100 anos.

O coronavírus já contaminou mais de 28 mil pessoas, matando ao menos 565 delas, levando o mundo a crer que, se não controlada, a doença poderia matar milhares. Mas as pessoas estão se ajustando e empregando tecnologia sempre que possível para garantir que a infecção não se alastre.

Os educadores da China, no centro da epidemia, estão se voltando cada vez mais para o uso de tecnologia para que alunos não fiquem sem aulas. Mais de 50 milhões de pessoas estão confinadas no país, a maior quarentena de saúde pública da história, e as aulas presenciais foram adiadas em diversos locais.

Muitos professores chineses explicam que não têm outra opção a não ser realizar aulas online, dada a nova realidade. E se o coronavírus continuar se espalhando, outros países devem estar preparados.

O aprendizado de alta tecnologia de qualquer lugar tem sido o sonho do amanhã há mais de um século: rádios dos anos 1920, TVs dos anos 1930, professores robóticos da década de 1970, videofones da década de 1980, entre muitos outros. Mas o tipo de ensino à distância que estamos vendo na Austrália pode rapidamente se tornar a norma em outros lugares se o vírus não for controlado.

Via: Gizmodo