Voluntários do projeto Folding@Home, que doam parte do poder de processamento de seus computadores para realizar cálculos e simulações relacionadas a pesquisas médicas (incluindo o combate à Covid-19), criaram acidentalmente o supercomputador mais poderoso do mundo.

De acordo com o bioquímico Greg Bowman, diretor do projeto, em média 30 mil pessoas rodam o software do Folding@Home em um dia típico. Entretanto, mais de 700 mil novos usuários se inscreveram no projeto nas últimas semanas. Com isso, a rede agora tem um poder de processamento de 2,4 exaflops, mais do que os 500 supercomputadores mais poderosos do mundo somados.

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Um dos estudos relacionados à Covid-19 no Folding@Home é uma análise de como o vírus Sars-Cov-2, que causa a doença, usa três proteínas para formar uma “estaca” que usa para se prender a uma célula humana. A estaca então se abre, permitindo que o código genético do vírus (RNA) entre na célula e inicie a infecção.

Reprodução

Diagrama da Proteína S, conhecida como “estaca” ou “demogorgon”, que o vírus Sars-Cov-2 usa para entrar nas células humanas.

Este movimento lembra a boca do Demogorgon, o monstro da série Stranger Things, o que fez com que os pesquisadores dessem esse apelido à estrutura. “Se você tentasse simular a abertura da estaca em um único computador pessoal, teria sorte se conseguisse ver apenas uma parte do processo nos próximos 100 anos”, diz Bowman no blog do Folding@Home. “Felizmente, temos reforços!”.

O software do projeto Folding@Home é gratuito, e tem versões para Linux, Windows e macOS. Você pode saber mais sobre o projeto no site oficial, em foldingathome.org

Fonte: Science Alert