A vacina criada pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford pode ter resultados mais eficazes contra o novo coronavírus caso seu uso seja combinado com a Sputnik V, desenvolvida pelo governo russo, segundo informações publicadas pela agência russa de notícias TASS.
“Atualmente, uma dose completa do regime da AstraZeneca resulta em 62% de eficiência. Se eles entrarem em um novo teste clínico, nós sugerimos tentar um regime que combine a vacina da AZ com o vetor adenoviral humano Sputnik V para ampliar sua eficácia. A combinação de vacinas pode se provar importante durante revacinações”, disse o perfil da vacina russa no Twitter
Current full dose AstraZeneca regimen resulted in 62% efficacy. If they go for a new clinical trial, we suggest trying a regimen of combining the AZ shot with the #SputnikV human adenoviral vector shot to boost efficacy. Combining vaccines may prove important for revaccinations.
— Sputnik V (@sputnikvaccine) November 26, 2020
Os testes conduzidos pela AstraZeneca consideraram 20 mil voluntários no Reino Unido e no Brasil. Os primeiros resultados divulgados pela farmacêutica falaram em uma eficácia de 70%. A empresa ainda informou a descoberta de que a potência de cada dose pode trazer variação no resultado dos tratamentos: se duas doses de potências iguais da mesma vacina forem aplicadas, o nível de proteção contra a infecção do novo coronavírus será de 62%. Entretanto, no caso de uma primeira dose pequena e uma segunda dose mais robusta, este número salta para 92%.
Recentemente, o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, confirmou que a empresa deve realizar novos testes clínicos após alguns especialistas da indústria mundial de imunologia duvidarem de sua eficiência no tratamento e proteção contra a Covid-19. O executivo, porém, não informou quantos voluntários fariam parte, quando os testes seriam executados, as condições ou qualquer outro parâmetro de controle de avaliação.
Vacina de Oxford contra a Covid-19 deve passar por novos testes, mas Rússia gostaria de combinar esforços com a AstraZeneca para aprimorar eficácia. Foto: Elzbieta Krzysztof/Shutterstock
E a CoronaVac?
A chamada “vacina chinesa”, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e testada no Brasil em parceria com o Instituto Butantan, já conta com dados clínicos suficientes para que a sua eficácia seja conhecida, com o governo de São Paulo esperando divulgar resultados até a próxima semana.
De acordo com o Butantan, que falou à imprensa no último dia 23, era necessário esperar que o volume mínimo de infecções por Covid-19 – 74 casos – para que fosse realizada uma análise preliminar. A expectativa do instituto é a de que, destes 74 casos, a maior parte tenha ocorrência no grupo que recebeu o medicamento placebo. Se isso se confirmar, então o entendimento da comunidade infectologista é o de que a vacina é funcional e tem boa eficácia.
Os resultados podem ser divulgados já na primeira semana de dezembro, e o Butantan pretende prosseguir com o registro da vacina assim que ela atingir pelo menos 50% de eficiência comprovada.
Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou atrás em afirmações de meses anteriores, afirmando durante transmissão ao vivo no Facebook que, havendo aprovação da CoronaVac pelo Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o governo federal fará a compra do medicamento do laboratório chines.
Fonte: TASS