A Spotify, empresa por trás do app de streaming de música de mesmo nome, entrou com um pedido na Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) para dar início a uma oferta pública de ações.

Isto significa que, quase dez anos após sua fundação, a empresa vai se tornar pública e estrear na bolsa de valores. A forma como essa estreia vai acontecer, porém, tem chamado a atenção por ser diferente do que se costuma ver entre empresas de tecnologia.

Ao invés de fazer uma grande oferta pública de ações (IPO) tradicional, buscando primeiramente grandes investidores, o Spotify vai fazer uma listagem direta. Isto significa que os atuais donos das ações da empresa só poderão vender as suas depois que o Spotify estiver na bolsa, não antes.

Junto com o anúncio da novidade, o Spotify divulgou também algumas informações financeiras e estatísticas atualizadas. O seu número de assinantes chegou a 71 milhões no mundo todo em 31 de dezembro de 2017, o que representa um crescimento de 46% na comparação ano a ano.

Por outro lado, o prejuízo também está alto. A empresa registrou receitas de 4 milhões de euros no ano passado, o que equivale a mais de R$ 15,8 milhões. O prejuízo ficou na casa dos 1,2 milhão de euros, ou R$ 4,7 milhões em conversão direta.

Como explica o The Verge, o prejuízo é justificado pelo alto custo da operação do Spotify. Embora seja, disparado, o serviço de streaming de música mais usado no mundo, boa parte da sua receita serve para pagar o licenciamento do seu catálogo de músicas, pertencente a grandes gravadoras.

E, como é comum na indústria da tecnologia, quando o dinheiro começa a acabar, é hora de trocar papéis na bolsa. De acordo com a CNBC, a venda de ações do Spotify em mercado privado sugere que a empresa vale em torno de US$ 23 bilhões, ou R$ 91,3 bilhões em conversão direta.