Um acidente envolvendo um robô e um repelente de ursos num galpão da Amazon nos Estados Unidos acabou levando 24 funcionários da empresa ao hospital na última quarta-feira, 5. Outras 30 pessoas foram atendidas no local, e uma está em estado grave, segundo informações do Engadget.
O acidente aconteceu num armazém da Amazon em Robbinsville, Nova Jersey. As instalações ocupam uma área de mais de 120,7 mil metros quadrados e empregam mais de 3.000 pessoas. Assim como em outros galpões, este também usa uma série de robôs diferentes para ajudar no transporte e organização de produtos.
A princípio, as autoridades divulgaram que um spray de repelente de ursos teria caído acidentalmente de uma prateleira, espalhando a substância tóxica no ar, o que levou à hospitalização dos funcionários. Mas nesta sexta-feira, 7, um porta-voz da prefeitura de Robbinsville deu mais detalhes.
Segundo ele, um dos robôs que atua no galpão perfurou uma lata de 260 mililitros de repelente de ursos. A substância é vendida em diversos formatos no site da Amazon e é recomendada pelo Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA como uma forma mais eficaz de caçadores e habitantes de áreas florestais se protegerem contra ataques de ursos.
Os efeitos do repelente são como os de um spray de pimenta, mas muito mais potentes em seres humanos. A substância rapidamente se espalhou pelo pavilhão, intoxicando dezenas de funcionários que relataram dificuldade para respirar, além de queimação nos olhos e na garganta.
A Amazon, porém, disse que a lata estava com defeito, e não confirmou se o robô teria sido responsável pelo acidente. A empresa também afirmou que todos os funcionários hospitalizados devem receber alta nas próximas 24 horas, e que coloca a segurança da sua força de trabalho sempre em primeiro lugar.
Não é a primeira vez que a convivência entre humanos e robôs em armazéns e fábricas dos EUA é questionada por conta de acidentes graves. Em 2015, um robô esmagou e matou um funcionário de 22 anos numa unidade de montagem da Volkswagen. E a própria Amazon também já foi criticada por acidentes não envolvendo robôs.
No começo de 2018, o Conselho Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional dos EUA colocou a Amazon numa lista das 12 empresas “mais perigosas” para se trabalhar no país. Recentemente, funcionários de diversas unidades da Amazon mundo afora fizeram greve em plena Black Friday para exigir melhores condições de trabalho.