Uma organização em defesa dos direitos humanos chamada Sacom divulgou nesta semana relatos de possíveis violações de direitos trabalhistas em uma das fábricas terceirizadas da Apple. A empresa admitiu nesta segunda-feira, 29, que está investigando o caso.

O relatório divulgado pela Sacom inclui depoimentos de estudantes entre 16 e 18 anos oficialmente empregados como estagiários na Quanta Computer, uma fábrica em Taiwan responsável pela fabricação do Apple Watch, o relógio inteligente da marca.

A Sacom diz que entrevistou 28 jovens que ainda estão no ensino médio, e a maioria deles admitiu que, apesar de estarem registrados como estagiários, chegam a trabalhar em turnos que duram quase 12 horas por dia, muitas vezes durante a madrugada e com direito a apenas uma folga por semana.

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Nestas jornadas, os jovens faziam o trabalho manual de montar os componentes de cada unidade do Apple Watch, muitas vezes sofrendo pressão de superiores, pais e até professores para que trabalhassem além do horário permitido por lei. O caso teria ocorrido em uma unidade da Quanta Computer em Chongqing, na China.

A Apple tem regras rígidas de trabalho para as suas fornecedoras ao redor do mundo. Empresas podem perder contratos com a gigante norte-americana se forem pegas desrespeitando estas regras. A Apple também faz auditorias frequentes em suas fornecedoras em busca de violações semelhantes.

Não seria a primeira vez que uma fábrica terceirizada de produtos da Apple é flagrada cometendo esse tipo de abuso. Em comunicado ao Financial Times, a Apple disse que está “urgentemente investigando” a denúncia. “Temos tolerância zero com o descumprimento de nossos padrões e garantimos uma ação rápida e correção adequada ao descobrirmos violações.”