Mais de um mês depois da segunda queda fatal de um Boeing 737 Max 8, a Boeing confirmou na última quarta-feira (17/4) que completou o último teste de voo para atualizações do sistema de controle MCAS. Esta tecnologia está no centro das investigações por, supostamente, ter sido o causadora da queda tanto na Etiópia em março, quanto na Indonésia em outubro do ano passado.

O anúncio foi feito na Boeing Field, campo de testes da empresa em Seattle, onde foram feitos os ajustes finais nos novos 737 antes da entrega às companhias aéreas. Dennis Muilenburg, CEO da Boeing, disse que a organização realizou 127 vôos de teste do Max 8 nas últimas semanas, contabilizando 203 horas no ar. As aeronaves são construídas nas proximidades de uma fábrica da Boeing em Renton, também no estado de Washington.

“Estamos fazendo um progresso constante para a certificação”, disse Muilenburg em um vídeo no Twitter (abaixo). “Esse foi o voo de teste final antes do vôo de certificação … Eu vi o software em sua versão final, operando como pretendido em uma série de condições de voo”

 

Durante o vôo de certificação, as equipes da Federal Aviation Administration (FAA ou Administração Federal de Aviação, uma espécie de Infraero dos EUA) se unirão aos pilotos da Boeing para avaliar o novo software MCAS. Eles determinarão se foram resolvidos os problemas em torno do nariz da aeronave, uma vez que o MCAS forçava o Max 8 a descer durante o voo e teria causado as últimas duas quedas envolvendo o modelo.

A certificação da FAA é necessária para que o 737 Max 8 atue novamente em voos comerciais, carregando passageiros. No entanto, não há um prazo definido de quando isso volte a ocorrer. A própria agência está sendo questionada por manter um relacionamento próximo demais com a Boeing quando o Max 8 foi originalmente certificado. Assim, a entidade precisa tomar cuidados extras para mostrar ao governo norte-americano, às companhias áereas e, principalmente, à população que o avião está seguro.

As agências equivalentes à FAA em outros países vêm seguido as recomendações do órgão norte-americano nas questões de certificação. No entanto, o jornal Seattle Times informou, também na quarta-feira, que o ministro dos Transportes do Canadá, Marc Garneau, discorda de um relatório da FAA, que afirma que os pilotos não precisariam de treinamento adicional para dominar melhor o software atualizado do Max 8. A companhia aérea Air Canada é um dos maiores clientes da linha Max, com 24 aeronaves em sua frota e um adicional de outros 77 pedidos, que estão em construção. 

Fonte: Cnet