Dan Macnish é um engenheiro e designer responsável por um experimento, no mínimo, curioso. Ele criou uma câmera instantânea que, em vez de imprimir uma reprodução exata e fotorrealista do que está vendo, imprime um desenho desajeitado.

Usando uma rede neural baseada em tecnologia de acesso público do Google, a câmera de Macnish interpreta a imagem que passa pela lente e imprime uma representação crua daquilo que está vendo através de “rabiscos”, como reportou o Gizmodo.

A tecnologia por trás deste experimento tem a ver com um minigame online que o Google lançou em 2016 chamado “Quick, Draw!“. Nele, o usuário pode fazer qualquer desenho rápido na tela e a inteligência artificial da empresa tenta entender o que ele representa.

O jogo acabou gerando um banco de dados de mais de 50 milhões de rabiscos corretamente interpretados pela rede neural do Google, e é neste banco de dados que a câmera de Macnish se baseia. Um Raspberry Pi e uma impressora térmica (do tipo que não precisa de tinta) cuidam do resto.

Mas Macnish garante que essa câmera não passa de um experimento descontraído, sem pretensão de ser levado a sério. Ela não possui viewfinder ou uma tela LCD para mostrar o que está sendo capturado, por exemplo. As fotos são tiradas “às cegas”.

Além disso, a rede neural que alimenta a máquina ainda não é tão precisa. O desenho impresso em cada disparo representa a imagem que mais se parece com aquilo que a câmera visualizou. “O resultado é sempre uma surpresa. Uma selfie de comida de uma salada saudável pode se transformar em um enorme cachorro-quente”, explica Macnish.

O designer e engenheiro afirma que o objetivo foi apenas “explorar aplicações criativas para redes neurais”, e que o resultado, na sua opinião, foi bem divertido. Ele colocou as instruções para a montagem da câmera de rabiscos no GitHub para quem quiser fazer uma em casa.