Cientistas chineses decidiram repaginar o antigo jogo Go adicionando um pouco de física quântica a ele. Agora, em vez de pequenas pedras pretas e brancas como peças, o jogo conta com pares de fótons emaranhados. Apesar de ser apenas um experimento, a nova versão de Go pode marcar o início de uma era de jogos quânticos.
O Go é um jogo chinês milenar baseado em estratégia. Ainda que possua regras simples, seu funcionamento é bastante complexo, o que chamou a atenção de pesquisadores de inteligência artificial. Resumidamente, dois jogadores posicionam alternadamente suas peças para preencher, de forma aleatória, as intersecções vazias do tabuleiro e capturar as peças do adversário, a fim de reivindicar território.
Esboço da máquina quântica Go, que adiciona novas camadas camadas de complexidade e aleatoriedade. Fonte: arXiv:2007.12186
Bom, ao menos isso é o que acontece em uma partida tradicional de Go, visto que, na versão quântica, o uso de fótons introduz novas camadas de aleatoriedade, o que torna tudo ainda mais complexo.
Com os fótons, que são basicamente os quantuns da radiação eletromagnética, a simplicidade das pedras dá lugar ao possível emaranhado que pode se formar quando dois fótons se aproximam.
Sendo assim, quando um dos jogadores coloca dois fótons no tabuleiro, ambos permanecem emaranhados até que outro fóton seja colocado ao lado deles para separá-los.
A regra é que, enquanto houver o emaranhado de dois fótons de um mesmo jogador, o adversário não poderá capturá-los. Portanto, um jogador não saberá se um fóton está emaranhado com outro até tentar a jogada, o que o obriga a adicionar cada vez mais peças ao tabuleiro.
Vale lembrar que estamos falando de uma escala minúscula, invisível ao olho humano e, consequentemente, ainda mais desafiadora.
Via: Futurism