Para muitos, dizer que produtos comprados da China são de baixa qualidade ou de fabricação pirata pode soar preconceituoso. Mas para a Alibaba, maior loja online do país – e popular, também, entre muitos brasileiros que gostam de importar suas compras por um preço mais baixo -, os itens falsos fazem parte do negócio.
A empresa foi avaliada recentemente em US$ 200 bilhões e enfrenta de todos os lados a pressão para colocar limites ao tráfego de produtos piratas em sua loja. O conglomerado francês Kering, por exemplo, tem uma ação na Justiça contra a Alibaba pela venda de artigos falsificados das marcas de luxo Gucci e Yves Saint Laurente.
“Eu poderia perder o caso e o dinheiro. Mas está em jogo a nossa dignidade e o nosso respeito”, disse Jack Ma, CEO da Alibaba, em entrevista à revista americana Forbes. O respeito vem dos milhões de consumidores chineses que utilizam o “mercado livre” mantido pela empresa na internet, chamado Taobao.
Lá, milhares de fabricantes independentes e pequenas empresas colocam seus produtos à venda, muitos dos quais se utilizando de designs e características de peças vendidas por grandes marcas, só que com o atrativo do preço baixo. Levantamentos indicam que 80% dos itens comercializados no Taobao são piratas, mas a Alibaba não confirma os dados.
De qualquer forma, é nítido que o comércio de produtos falsos corresponde a uma parcela significativa do negócio da empresa. Para o veterano analista de mercado Harley Lewin, o motivo pelo qual a Alibaba não toma uma atitude é muito simples: “Eles iriam à falência”, disse ele à Forbes.