A Comissão Europeia selou um acordo com a Johnson & Johnson para receber 400 milhões de doses de sua candidata a vacina contra Covid-19, como informou a Reuters na quinta-feira (8). O valor da compra não foi revelado.     

Este é o terceiro contrato de aquisição antecipada firmado pela União Europeia (UE) com fabricantes de vacinas. Anteriormente, o bloco já havia obtido doses da candidata de Oxford/AstraZeneca e da farmacêutica francesa Sanofi. Ao todo, a população dos 27 estados da UE tem 1,1 bilhão de doses garantidas.     

O acordo prevê a encomenda de até 400 milhões de unidades do imunizante caso a agência reguladora do bloco ateste sua segurança e eficácia, o que é provável. 

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Imunizante da Johnson & Johnson é um dos mais promissores contra a Covid-19. Imagem: Sundry Photography/Shutterstock

Vale frisar que a vacina da Johnson & Johnson está sendo testada em dose única, ou seja, um determinado número de doses imuniza a mesma quantidade de pessoas, enquanto outras farmacêuticas trabalham com substâncias que precisam ser aplicadas duas vezes para fazer efeito.

“O contrato permite que os estados-membros comprem vacinas para 200 milhões de pessoas, e eles também terão a possibilidade de expandir a compra para outras 200 milhões”, comunicou a comissão.

O bloco afirmou ainda que pretende distribuir 500 milhões de doses adicionais para países pobres a partir do segundo semestre de 2021.

Fontes ligadas ao assunto disseram à publicação que a UE negocia a compra de mais lotes antecipados com a empresa americana Novavax, além das já confirmadas conversas com a Moderna, CureVac e Pfizer. Desse modo, o bloco tem potencial para ultrapassar o número de acordos semelhantes firmados pelos Estados Unidos e Reino Unido, que assinaram contratos com seis fabricantes cada. 

Vacina da Johnson & Johnson

Um estudo preliminar divulgado no fim de setembro indicou que a vacina da Johnson & Johnson induziu resposta imunológica ao vírus em 98% dos voluntários considerados. Os resultados ainda precisam ser revisados por pares, e reúnem dados das fases 1 e 2 de ensaios clínicos.

Disponível na plataforma científica MedRxiv, o estudo identificou raros casos de reações adversas, que envolvem dores no local da aplicação, cansaço e dor de cabeça. Em geral, esses efeitos duram de um a dois dias.

Atualmente, a vacina passa pela terceira e última etapa de testes com 60 mil voluntários em oito países, incluindo o Brasil. 

Via: O Globo