Jon von Tetzchner, criador dos navegadores Opera e Vivaldi, publicou nesta semana uma carta aberta ao Google. No texto, o empresário diz que a gigante é “um monopólio tanto em buscas quanto em publicidade”, e que, por isso, deveria ser regulada.
Tetzchner, que hoje é CEO da Vivaldi, diz que a conta da empresa foi suspensa na plataforma de anúncios AdWords, do Google, em maio, logo depois que o executivo disse numa entrevista à Wired que o Google deveria parar de rastrear usuários com o objetivo de enviar propagandas direcionadas.
“Dois dias depois que meus pensamentos foram publicados numa matéria da Wired, descobrimos que as campanhas na nossa conta do Google AdWords foram suspensas, sem aviso prévio. Será que foi coincidência? Ou foi deliberado, uma maneira de nos mandar um recado?”, questiona Tetzchner.
Ainda de acordo com o executivo e um porta-voz da Vivaldi que falou com o site ZDNet, a empresa entrou em contato com o Google para entender a desativação e para reativar suas contas. A gigante teria feito uma série de exigências, como a de que os termos de uso do navegador Vivaldi aparecessem logo abaixo de cada botão de download no site do browser.
“Nós nos esforçamos para entender a explicação deles e para trabalhar com eles em várias exigências sem sentido (algumas das quais eles mesmos não seguem, aliás). Após quase três meses de vai-e-volta, a suspensão da nossa conta foi derrubada, mas apenas quando nos dobramos às requisições deles”, disse Tetzchner.
Por fim, o executivo diz que as recentes atitudes do Google dão razão à multa bilionária que empresa foi condenada a pagar na Europa, e que, além disso, “o Google está hoje em uma posição em que regulamentação é necessária”. A gigante ainda não respondeu às acusações.