A DeepMind está ensinando computadores a prever riscos potenciais de morte. Em parceria com o departamento de veteranos dos Estados Unidos, a empresa comprada pelo Google em 2014 utiliza a inteligência artificial para identificar a deterioração do estado clínico do paciente a tempo de evitar o falecimento.

De acordo com uma publicação da DeepMind, estudos estimam que 11% das mortes dentro de hospitais ocorrem por causa do descobrimento tardio da deterioração do estado do paciente. Diante disso, a empresa está analisando, junto com clínicos e pesquisadores, 700 mil históricos para identificar fatores de riscos e prever o agravamento a tempo de evitar infecções e outras complicações.

Nesta primeira etapa do estudo, a equipe focará na descoberta de lesão renal aguda (em inglês Acute Kidney Injury ou AKI). Segundo os pesquisadores, esta é uma das condições mais comuns associadas com a deterioração dos pacientes, mas também uma das mais difíceis de se detectar. Afinal, os casos de AKI costumam se desenvolver rapidamente e muitas vezes sem sintomas.

O objetivo do estudo é desenvolver algoritmos para detecção de AKI e possibilitar que a equipe de saúde aja mais precocemente. A vantagem é que os computadores poderiam acompanhar os pacientes em tempo real e 24 horas por dia. Isso facilitaria o trabalho de médicos e enfermeiros, que atualmente precisam fazer rondas para atender todos no hospital.

A empresa irmã do Google prometeu ainda que todas as informações usadas na pesquisa serão tratadas com confidencialidade e respeito. Segundo a DeepMind, todos os históricos usados na pesquisa estão tendo informações pessoais removidas para evitar a identificação dos pacientes. Por fim, a companhia afirma que pretende expandir a atuação da inteligência artificial para outros tipos de deterioração.