A Bitcoin e outras moedas virtuais podem, enfim, ser regulamentadas no Brasil. Em uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília, o gerente executivo da Diretoria de Negócios Digitais do Banco do Brasil, Jonatas Ramalho, defendeu a criação de regras que permitam um ambiente mais favorável ao uso de criptomoedas. Caso aprovada, a legislação também poderia diminuir os riscos de usos para fins ilícitos.
De acordo com Jonatas Ramalho, a regulamentação do Bitcoin e similares poderia abrir caminho para que bancos ofereçam produtos e serviços voltados para criptomoedas. O executivo afirmou também que tanto o Banco do Brasil como outras instituições no país e no mundo estão dispostos a analisar o tema “para encontrar a melhor forma de se normatizar isso, tanto no que diz respeito à amplitude de uma eventual lei, quanto também em relação ao melhor momento de colocar ela em prática”.
Ainda na audiência pública, realizada na última terça-feira, 12, o deputado Áureo (SD-RJ) defendeu uma regulamentação que garanta o crescimento das moedas virtuais no Brasil, sem que estas possam ser usadas em atos ilícitos. O parlamentar afirmou ainda que, em reunião com a Receita Federal, a instituição já cogita a possibilidade de regulamentar as corretoras de moedas virtuais.
Recebidas com certa resistência ao redor do mundo, as moedas virtuais como o Bitcoin já começam a conquistar o reconhecimento em alguns países. Em abril, o Japão decidiu regulamentar as criptomoedas, em movimento contrário aos vizinhos Coreia do Sul e China. Nesta semana, foi a vez da Bolsa de Chicago começar a aceitar negociações com Bitcoin em contratos futuros.
Já o presidente do Banco Central do Brasil, Ilan Goldfajn, elevou o tom contra as criptomoedas. Em coletiva nesta quarta-feira, 13, o executivo afirmou que o crescimento vertiginoso da Bitcoin e típico de uma bolha ou pirâmide. Goldfajn orientou também que as pessoas evitem estes tipos de investimento, já que estes não são regulados pelos bancos centrais.