O Facebook publicou novos detalhes sobre a acusação de que estava compartilhando mensagens privadas com empresas de tecnologia. Em seu blog oficial, a rede oficial argumentou que a permissão era necessária para que funções sociais fossem integradas aos aplicativos destas companhias, como Spotify e Netflix. No entanto, nenhuma dessa empresas teria lido conversas sem permissão.

Ao todo, segundo o Facebook, quatro parceiros puderam integrar o recurso de mensagens nos seus aplicativos. No caso do Netflix ou Spotify, os usuários poderiam compartilhar o que estavam assistindo ou ouvindo com seus amigos no Messenger. Já o Dropbox permitira o compartilhamento de pastas com contatos, enquanto o RBC oferecia envio de recibos.

ReproduçãoO Facebook alega ainda que todas as funcionalidades foram discutidas publicamente e que era bem claro ao usuário que era necessário login na conta para que tudo funcionasse. Entretanto, a companhia de Mark Zuckerberg não esclarece se o leitor era avisado, após o login, que os aplicativos teriam acesso às suas mensagens.

A rede social esclareceu ainda alguns termos. Segundo o Facebook, o “acesso para escrever” do Spotify era necessário para que um usuário pudesse enviar mensagens dentro do aplicativo de músicas. Já o “Acesso de leitura” era usado para que uma conversa pudesse ser lida sem trocar de app, enquanto a “Excluir Acesso” funcionava para que um texto pudesse ser deletado na plataforma. Segundo a companhia, nenhum terceiro estava lendo ou escrevendo mensagens privadas sem permissão.

ReproduçãoPor fim, o Facebook afirmou ainda que essa é uma prática comum na indústria de tecnologia. A rede social cita como exemplo a função de leitura de e-mails feita pela assistente pessoal Alexa ou o uso de aplicativos de correio eletrônicos como o da Apple.

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Entenda o caso

Na última quarta-feira, 19, uma reportagem do The New York Times acusou o Facebook de compartilhar dados privados com empresas de tecnologia. O jornal americano disse que obteve essa informações com base em documentos internos da rede social e mais de 60 entrevistas com pessoas ligadas ao assunto. Ao todo, mais de 150 empresas teriam algum tipo de parceria com o Facebook com acesso às informações de usuários.

Além da leitura de mensagens privadas, a denúncia cita ainda o acesso a informações como nomes e contatos de usuários do Facebook pela Amazon. Já os buscadores da Microsoft e Yahoo poderiam acessar informações como lista de amigos e publicações de conhecidos na rede social, respectivamente. Embora o Facebook alegue tenha encerrado todas as funcionalidades, alguns desses acordos ainda permaneceriam ativos.

Nesta quinta-feira, 20, o Netflix encaminhou um posicionamento sobre o caso à redação do Olhar Digital. Segundo a empresa de streaming, os recursos visavam tornar a plataforma mais social, permitindo a recomendação de programas de TV e filmes para amigos do Facebook. A companhia afirma ainda que em nenhum momento acessou mensagens particulares e nem pediu para fazê-lo.