O Facebook divulgou ontem o seu balanço referente ao quarto trimestre de 2017 e, para variar, os números da empresa bateram recordes. Mais de 1,4 bilhão de pessoas no mundo (um número maior que a população inteira da China, e cerca de sete vezes a população brasileira inteira) acessam a rede social todo dia, de acordo com a empresa. 

Considerando o número de pessoas que acessa a rede ao menos uma vez por mês, são 2,13 bilhões. Embora o número impressione, ele representa um crescimento de apenas 2,18% com relação ao trimestre anterior – o que, segundo o TechCrunch, é o menor crescimento que a empresa já divulgou. Comparando com o final de 2016, no entanto, o crescimento foi de 14%. 

Por mais que o crescimento tenha sido lento no último trimestre, a receita da empresa teve resultados muito positivos. Entre o começo de outubro e o fim de dezembro de 2017, o Facebook ganhou quase US$ 13 bilhões (R$ 40 bilhões). Dividindo a receita pelo númeo de usuários mensalmente ativos, é possível concluir que cada usuário dá ao Facebook, em média, uma receita de US$ 6,18 (R$ 19,64). De toda essa receita, US$ 4,26 bilhões (R$ 13,54 bilhões) foram lucro.

Ao longo do ano todo, a receita da empresa foi de quase US$ 40 bilhões – US$ 39,94 bilhões (R$ 126,92 bilhões) para ser mais exato. O lucro anual da empresa ao longo de 2017 foi de US$ 15,93 bilhões (R$ 50,61 bilhões)

Más notícias

Nem tudo foram flores no balanço mais recente da empresa, no entanto. Nos Estados Unidos e Canadá, por exemplo, o número de usuários diários da rede social caiu de 185 para 184 milhões. De acordo com Mark Zuckerberg, essa queda pode ser resultado das mudanças que a rede social fez recentemente em seu algoritmo, com o objetivo de mostrar aos usuários conteúdos que gerassem engajamentos mais significativos. 

Essas mudanças também geraram uma queda no tempo que cada usuário passa na rede social. Em média, cada usuário pasou 2,14 minutos a menos por dia no Facebook. Pode parecer pouco, mas considerando todos os usuários da rede, dá uma queda de quase 50 milhões de horas (mais de cinco mil anos) por dia – 5% no tempo total que as pessoas passam no Facebook. 

Mais notável, no entanto, é que os escândalos nos quais a rede social se envolveu ao longo dos últimos anos pareceram não afetar seu desempenho financeiro. A empresa vem sendo investigada por permitir que agentes russos usassem sua plataforma de anúncios para manipular os resultados das eleições estadunidenses de 2016, por exemplo.

Fora isso, a empresa passou mais de um ano sabendo que sua plataforma de anúncios permitia discriminação étnica em anúncios de imóveis e empregos – o que é ilegal nos Estados Unidos – e mesmo assim não tomou medidas eficazes para impedir que isso ocorresse.