A falha encontrada na ferramenta de vídeochamadas do FaceTime promete dar mais dor de cabeça a Apple. Isso porque o bug gerou uma investigação formal que será feita pela Procuradoria Geral de Nova York contra a fabricante do iPhone. A apuração judicial foca na responsabilidade da companhia sobre avulnerabilidade e foi anunciada ontem, dia 30, pela procuradora-geral Letitia James.

Segundo James, a gigante de tecnologia demorou para se posicionar e alertar os usuários sobre a falha de segurança do aplicativo de chamada de vídeo. Antes de se tornar alvo de investigação, a Apple havia comunicado que estava providenciando a resolução do problema e que, enquanto isso, a opção de vídeos em grupo do FaceTime seria desativada.

A vulnerabilidade de segurança do FaceTime que está criando polêmicas e problemas para a Apple é fácil de entender: usuários que usassem a opção de chamadas em grupo poderiam escutar conversas do outro lado da linha mesmo se a chamada não fosse atendida. A falha causou grande impacto negativo, tanto para os consumidores quanto para o governo norte-americano, porque viola a privacidade dos usuários.

Sobre isso, James afirmou em comunicado que “Os nova-iorquinos não deveriam ter que escolher entre suas conversas privadas e seus direitos à privacidade”. “A brecha do FaceTime é uma ameaça séria à segurança e à privacidade dos milhões de nova-iorquinos que colocaram sua confiança na Apple e em seus produtos ao longo dos anos”, continuou a procuradora-geral.

Andrew Cuomo, governador de Nova York, apoiou a investigação e classificou o bug como uma “séria questão de direitos do consumidor”.

Para Cuomo é necessário ter conhecimento completo dos fatos relacionados ao bug para ter a certeza de que as empresas estão “cumprindo as leis de proteção ao consumidor de Nova York e para ajudar a garantir que esse tipo de violação de privacidade não aconteça novamente”.

A falha no sistema do FaceTime foi divulgada pela Apple no domingo, 27. No entanto, de acordo com a advogada Michele Thompson, do Arizona, ela havia percebido o problema quando seu filho de 14 anos combinava uma sessão de Fortnite com seus amigos usando o aplicativo. Segundo ela, a descoberta foi feita no dia 19.

Ela vinha tentando informar a Apple sobre o problema antes ainda do bug vir a público. Thompson disse que tentou contato com a empresa durante toda uma semana com ligações, mensagens no Facebook e no Twitter, reportando o problema para o time de segurança de produtos da Apple e, sem obter respostas, chegou a enviar um fax. 

Até a publicação desta matéria, a Apple não havia se pronunciado sobre a investigação da Procuradoria Geral.

Fonte: Cnet