O mercado de criptomoedas é uma loucura, e isso não é novidade. Mas poucos casos são tão loucos quanto o que aconteceu no Japão, onde a exchange Zaif apresentou uma falha que permitiria que usuários mal-intencionados pudessem adquirir Bitcoins pela pechincha de 0 real, como informa o site Asahi Shimbun.

Sim, o erro computacional permitiu que usuários recebessem unidades ilimitadas da moeda sem custo nenhum, o que poderia ser o caminho para fazer uma fortuna rápida para alguém sem escrúpulos. E, de fato, um rapaz viu nessa oportunidade a possibilidade de tentar faturar US$ 20 trilhões do dia para a noite.

Ao perceber o bug, o usuário não identificado tentou transferir para sua conta essa fortuna em Bitcoins e imediatamente tentou vendê-las, o que pode ter causado alguma confusão no sistema. Isso porque, na cotação atual da Bitcoin, o total de moedas já mineradas na história (16.878.387 unidades) vale apenas US$ 180 bilhões, segundo o site CoinMarketCap. Uma ordem de venda dessa magnitude não apenas seria assustadora, como também é tecnicamente impossível.

Como referência, o homem mais rico do mundo atualmente é Jeff Bezos, fundador da Amazon, que tem um patrimônio estimado em cerca de US$ 100 bilhões. Se tivesse conseguido a façanha absurda, essa pessoa seria 200 vezes mais rica que o homem mais rico do planeta. Também vale observar que o PIB dos Estados Unidos em 2016 foi estimado em US$ 18,6 trilhões, o que faria com que ele também fosse mais rico que o país mais rico do mundo.

A vulnerabilidade durou 18 minutos e, segundo representantes da Zaif, outras seis pessoas tentaram tirar vantagem da falha para faturar. Apenas um tentou liquidar a operação e retirar o dinheiro. As transações, no entanto, foram todas invalidadas e não houve maiores danos.

Isso dito, a brecha chamou a atenção do governo japonês, que está investigando a Zaif e a Tech Bureau, dona da empresa, para analisar a segurança de seus sistemas e outras práticas de negócios. É mais um empecilho diante da Tech Bureau, que já foi alvo de uma batida para investigação de sua estrutura interna após o caso da Coincheck, outra exchange japonesa que permitiu o roubo de US$ 500 milhões em criptomoedas.