Na última quarta-feira (27/06) o canal de notícias Bloomberg informou que vários funcionários da Huawei teriam trabalhado com militares da China em, pelo menos, 10 projetos de pesquisa sem o conhecimento da empresa. Juntos, eles estariam desenvolvendo tecnologias ligadas à Inteligência Artificial (IA) para comunicação de rádio durante a última década.

Um desses projetos, desenvolvido em conjunto com a equipe investigativa da Comissão Militar Central do governo chinês, aparentemente focou na classificação de emoções em comentários de vídeos online.  Já outro projeto, feito em parceria com a Universidade Nacional de Tecnologia de Defesa, analisou a coleta de imagens e coordenadas de satélite.

A notícia reforça as especulações feitas pelo presidente Donald Trump sobre a parceria entre a Huawei e o governo chinês, que seria usada, principalmente, para fins de espionagem. Não se sabe se a empresa desconhecia, de fato, esse tipo de ação, principalmente levando-se em conta que essas parcerias duraram anos.

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Em resposta via e-mail, a Huawei afirmou que não tem nenhuma parceria com instituições afiliadas ao Exército de Libertação do Povo do governo chinês e não tem conhecimento de funcionários publicando artigos de pesquisa “em sua capacidade individual (leia-se em ‘projetos paralelos’)”.

O Ministério da Defesa da China não respondeu a um pedido por comentário da Bloomberg. A diretora jurídica da Huawei, Song Liuping, reafirmou os comentários do seu porta-voz: “A Huawei não personaliza seus produtos nem fornece pesquisas para os militares”.

Isso acontece pouco mais de um mês depois que a Huawei foi colocada na lista negra do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, proibindo as empresas do país de fazer negócios com a fabricante chinesa sem uma autorização especial do governo. 

Em fevereiro, o fundador e presidente da empresa, Ren Zhengfei, rejeitou as alegações de que os equipamentos de infraestrutura de telecomunicações da marca estavam sendo usados para espionar países que mantém relações comerciais com a Huawei, via backdoors.

 

Via: CNet