Há dez anos, o Google comemorou seu aniversário como empresa e buscador entrando em uma área até então desconhecida para a marca: a de navegadores. Foi no dia 2 de setembro de uma década atrás que a companhia lançou a primeira versão pública de seu browser, o Chrome, com a ambição de tomar o espaço ocupado pelo então popular pelo Internet Explorer. Fechando seu primeiro mês de vida com menos de 1% do mercado, o programa cresceu – muito – nos anos seguintes. Dominando 60,3% do mercado, ele fechou o último mês com praticamente o mesmo percentual que o Internet Explorer tinha em setembro de 2008, segundo o W3Counter.
O navegador do Google cresceu em um vácuo enorme deixado pelo IE. Ele nasceu em uma época em que a Microsoft teimava em não aceitar padrões abertos da web, como o HTML5, fazendo com que muitos usuários migrassem para rivais como o Firefox. A proposta do Chrome, no entanto, era bem diferente da oferecida pelo browser da Mozilla.
Em vez de ser uma caixa de ferramentas personalizável com milhares de plug-ins, o programa do Google pregava a simplicidade. O Chrome combinava elementos do Firefox com outros do Safari em uma interface limpa e sem usar muitos recursos do PC. Ainda assim, carregava os sites mais rápido do que os rivais, tratava cada aba como um processo independente – se uma travava, o browser continuava a rodar – e oferecia suporte a extensões.
Esse conjunto todo – aliado, claro, a uma estratégia de marketing bem agressiva do Google – acabou conquistando o público. Pelos dados do W3Counter, foram precisos menos de quatro anos para o navegador tomar o lugar do Firefox como segundo colocado entre os browsers e só alguns meses além para, depois, ele assumir o primeiro posto. E o domínio, assumido entre julho e agosto de 2012, não diminuiu desde então.
A “leveza” do programa foi deixada de lado nesse tempo, e o Chrome é hoje praticamente uma plataforma completa, como bem lembrou o The Verge. Mais do que um navegador simples, como era sua proposta original, o programa do Google funciona como sistema operacional nos Chromebooks – e também nos computadores, onde come cada vez mais memória RAM. Não é algo, no entanto, que pareça ameaçar a posição ocupada pelo browser atualmente.