Quem acompanha o mercado de tecnologia já percebeu: o próximo campo de batalha entre as grandes empresas já foi determinado, com as gigantes tentando dominar a sua casa. Prova disso é que o Google está “queimando” dinheiro para fazer a família de acessórios conectados para a casa e se estabelecer como o principal nome desse setor, superando Amazon e Apple.

A informação vem do relatório trimestral da Alphabet, empresa-mãe do Google, que anunciou números estrondosos, como sempre, graças à potência do negócio de publicidade da empresa de buscas. No primeiro trimestre deste ano, o conglomerado faturou US$ 31,15 bilhões em receitas, com um lucro na casa dos US$ 9,4 bilhões; ambos os números são muito superiores ao que a companhia havia registrado no mesmo período do ano passado (US$24,75 bilhões e US$ 5,43 bilhões, respectivamente). Isso, claro, mostra que os negócios vão bem, em um âmbito geral.

O relatório, no entanto, detalha os resultados específicos da Nest, uma empresa que o Google adquiriu há alguns anos e que surgiu para o mundo com um termostato conectado, mas que hoje cria todos os tipos de dispositivos para a casa, o que inclui câmeras de segurança, sistemas de alarme e campainhas com vídeo. Com a reorganização da Alphabet, a Nest foi separada do Google, mas agora voltou ao seu lugar original, justamente para refletir o investimento da companhia em equipamentos domésticos conectados.

No entanto, a Nest tem gerado prejuízos; durante o ano passado inteiro, as receitas da empresa ficaram na casa de US$ 726 milhões, mas isso não a impediu de fechar o período com um prejuízo de US$ 621 milhões.

Isso mostra que o Google não tem medo de perder dinheiro em uma batalha que considera crucial para os próximos anos. As caixas de som da família Google Home são o ponto de partida de uma empreitada que visa colocar o Google Assistente em todo tipo de equipamento doméstico, permitindo a integração de dispositivos e a utilização da inteligência artificial para criar uma casa inteira conectada.

Hoje a liderança desse mercado pertence à Amazon, que parece ter enxergado primeiro a oportunidade de colocar a sua assistente Alexa em dispositivos de todos os tipos. Caberá ao Google investir pesado em inteligência artificial e marketing para conseguir desmontar essa vantagem.