No último sábado (28), a Polícia Federal prendeu em Portugal um hacker chamado Zambrius, acusado de atacar o sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o primeiro turno das Eleições Municipais de 2020. A prisão foi resultado de uma operação conjunta entre a Polícia Federal e a Polícia Judiciária Portuguesa.
De acordo com o Estadão, que teve acesso às informações da investigação, o hacker de 19 anos expôs os dados dos servidores públicos cadastrados no sistema – mas não atrapalhou a apuração dos votos.
A Polícia Federal confirmou que o ataque ao TSE foi feito a partir do Brasil e de Portugal. Por conta disso, além da prisão de Zambrius, outros três mandados de busca e apreensão foram cumpridos por aqui.
Zambrius já foi preso duas vezes anteriormente por ataques hacker a eleições anteriormente. A primeira delas ocorreu em 2017 e a segunda aconteceu este ano, em abril. Ao Estadão, o hacker afirma que sua intenção era demonstrar que o sistema do TSE ainda estava vulnerável – mesmo após o órgão dizer que reforçou as medidas de segurança.
Ele ainda confirma que não recebeu nenhum pedido direto para realizar o ataque – e que fez tudo sozinho, apenas pediu ajuda para uma pessoa para que recebesse uma imagem do doxbin, site utilizado para compartilhamento de arquivos hackeados.
Primeiro turno teve ataque hacker contra as eleições
Foram, na verdade, dois ataques hacker nas eleições. Além do vazamento de dados, o TSE sofreu um ataque DDoS em 15 de novembro, mesmo dia do primeiro turno das eleições municipais. Na época, a tentativa foi registrada como proveniente de computadores aqui do Brasil, dos Estados Unidos e da Nova Zelândia. Apesar disso, ao que parece, os hackers não foram bem-sucedidos em sua tentativa.
Ainda assim, analistas afirmam que o principal objetivo desse tipo de ataque hacker às eleições é muito mais diminuir a confiança do público no sistema do que realmente distorcer os resultados. Vários políticos – incluindo o presidente Jair Bolsonaro – aproveitaram o clima para defender a volta do voto em papel.
Via: Estadão