Antes de anunciar o Allo, possível concorrente mais inteligente do Google ao WhatsApp, a empresa norte-americana fez uma outra aposta no mundo dos aplicativos sociais. Trata-se do Google Spaces, um app que mistura buscador, Chrome e YouTube em um sistema de conversas em grupo que lembra o Google+.

A ideia parece clara: uma nova abordagem no ramo de redes sociais, dessa vez com um foco mais fechado e mirando em recursos que os concorrentes não têm. Tudo isso aproveitando o grande e robusto ecossistema de serviços e aplicativos que donos de uma conta no Google já usam há muito tempo.

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O Spaces usa o mesmo login do Google que o YouTube e Gmail já utilizam, o que o torna ideal para ser usado em smartphones Android. A rede funciona da seguinte maneira: você cria grupos, voltados para temas ou assuntos específicos, e seleciona amigos (também com conta no Google) para participar.

Você pode criar grupos de família, trabalho, escola ou qualquer outro interesse, como fãs de futebol ou de cinema. Dentro desses grupos, é possível fazer posts com base em links da web (uma notícia, um site interessante), um vídeo do YouTube, uma foto ou um texto – como se fosse uma postagem do Facebook. Em cima desse seu primeiro post, seus amigos podem fazer comentários e iniciar conversas paralelas.

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As regras são válidas para todos os usuários, isto é, qualquer membro de um grupo pode fazer postagens. Convidar novos membros, porém, cabe somente ao criador daquele grupo – ou “espaço”, como chama o Google. Em uma postagem, os usuários podem comentar com links, vídeos, texto, emojis ou stickers personalizados, exclusivos do Spaces.

Mas apesar de vir com boas intenções, o aplicativo ainda precisa melhorar para poder ser considerado um concorrente do WhatsApp. Há ainda alguns bugs nesta primeira versão, que atrapalham a postagem de certos conteúdos e dificultam a leitura de alguns posts. Além disso, o design é bem diferente do de outras redes sociais, parecendo um pouco confuso à primeira vista.

Sua principal função – a de organizar conversas em grupo -, porém, é executada com muita eficiência. Afinal de contas, conversas em grupo no WhatsApp ou no Messenger, por exemplo, normalmente acabam se transformando numa bagunça de mensagens perdidas entre pessoas diferentes falando sobre assuntos diferentes, tudo em um mesmo bolo.

Por exemplo: com o Spaces, você pode reunir sua família em um espaço e, dentro desse grupo, iniciar conversas com temas diferentes. Quer falar sobre um vídeo engraçado com seus primos? Faça uma postagem e espere os comentários. Quer discutir as preparações para o almoço de domingo com os avós? Faça uma postagem só para isso.

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Desse modo, os assuntos não se misturam e a conversa fica bem mais organizada. É semelhante ao recurso de grupos do próprio Facebook, ou, de certa forma, até às comunidades do extinto Orkut. Por reunir dentro de um mesmo app o Chrome, o buscador e o YouTube, o usuário não precisa abrir outro aplicativo para pegar um link ou compartilhar o conteúdo, mas pode fazer tudo dentro do Spaces e sem precisar sair dele.

Mas como todos os potenciais substitutos do WhatsApp, porém, o que o Spaces ainda precisa é construir para si uma base sólida de usuários, de modo que as pessoas se acostumem a usá-lo e compartilhar com amigos. A alternativa mais fácil para popularizá-lo seria o Google vincular obrigatoriamente seus outros serviços a ele, mas essa estratégia não deu muito certo para o Google+.

Conclusão: a ideia é boa, mas ainda precisa de alguns ajustes. Se com ele o Google conseguirá entrar no seleto grupo de apps sociais indispensáveis para qualquer usuário, só o tempo dirá. Competência para isso, porém, não falta. Clique aqui para baixar o Spaces pela Google Play ou aqui para acessá-lo pelo PC.