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Quando você decide ser líder deve saber que terá de conviver com críticas, e algumas delas poderão degenerar para agressões verbais e, nos piores casos, físicas.

A eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos é um exemplo.

Donald Trump teve de bater 16 candidatos do Partido Republicano e Hillary Clinton em sua trajetória para a presidência. Portanto, não lhe faltarão pessoas que foram desagradadas por ele. Além disso, os anos Obama foram o ápice da esquerda americana. E ela não entregará o poder sem luta. Serão quatro anos nos quais artistas, professores e jornalistas, que compõem a tríade cultural da esquerda, fustigarão Trump todos os dias do mandato. Dá para imaginar a magnitude da pressão, do estresse e da violência a que será submetido.

Isso não ocorre apenas para Trump, mas para todo gerente. Quanto mais alto o cargo, maior a intensidade das críticas.

Mesmo não estando em um cargo tão elevado, em sua carreira você deve se preparar fortemente e de maneira constante e consistente para suportar duras críticas.

A crítica é uma opinião desfavorável e, normalmente, sem base, mas com intenção, sobre alguém, alguma coisa ou um evento.

Por exemplo, recentemente, eu ministrava um workshop de liderança no qual os participantes criticavam Donald Trump. Perguntei a eles quantos livros escritos por ele, ou a respeito dele, haviam lido. A resposta foi surpreendente, levando-se em conta que eram líderes executivos:

– E precisa?

Se os indivíduos não leem livros, de onde vêm suas opiniões? Provavelmente de outras pessoas, jornalistas e internet. Ou seja, sua opinião, na verdade, é a opinião de outros.

A primeira coisa que você tem de saber é a que time cada indivíduo pertence.

Ou seja, mapear o território. As pessoas que menos entendem o que ocorre no mundo são aquelas que ignoram as forças que lutam para governá-lo e quem pertence a qual delas.

Na empresa ocorre o mesmo: você tem de saber quais são os indivíduos que lutam pelo poder. E quem pertence a qual time. A opinião que as pessoas têm a seu respeito deriva daquela expressa pelo líder de cada um desses grupos.

Se você ignora isso, poderá ter uma carreira que progride muito lentamente e é ceifada, por vezes, de maneira abrupta e inexplicável.

A que grupo você pertence? Claro que você sempre poderá se declarar fora de qualquer time e a favor da empresa, ou de si mesmo. Mas pode ter certeza de que esses grupos o consideram em algum time. E agem desse modo com você.

A melhor maneira de se defender de qualquer crítica é ter muito claro qual é a identidade que você deseja propagar a respeito de si mesmo. Por exemplo, ser reconhecido como alguém sério, profissional e com conhecimento profundo a respeito de sua área de atuação.

Com essa clareza de sua identidade, seja íntegro. Isso significa que suas ações, imagem e diálogos devem ser congruentes. Uma pessoa que é séria e vive de conversa fiada no café não transmite seriedade. De maneira inversa, alguém que deseja ter profundidade na sua área de atuação e se mantém atualizado, conectado com os principais centros de excelência, faz networking e, evidentemente, lê muito, transmite verdadeiramente ser um profundo conhecedor da área a que se dedica.

E, também, você precisará se autodesenvolver emocionalmente para lidar com as críticas. Isso significa que, ao recebê-las, será capaz de direcionar o diálogo para um propósito elevado e rechaçá-las com firmeza. 

Cuidado para não confundir feedback com crítica. O feedback é uma excelente ferramenta para desenvolver uma pessoa. E é feito quando sua ação não está preenchendo um propósito da empresa. Ser alertado disso é bom, mesmo que, por vezes, algumas líderes não saibam como fazê-lo.

Lembre-se de que ninguém constrói uma carreira de sucesso e relevante sem sentir-se sozinho e, por vezes, abandonado em sua trajetória. E isso significa, na maioria das vezes, ter enorme capacidade de ouvir muitas críticas duras e superá-las.

 

Vamos em frente!