O carvão sempre foi um inimigo da energia renovável e do meio ambiente, porém parece que seus efeitos negativos podem ir além e prejudicar permanentemente o uso de outras fontes de energia. Segundo um estudo liderado por Bart Sweerts no Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH), entre 1960 e 2015 a geração solar potencial média na China diminuiu em cerca de 13%. Isso significa que a poluição está restringindo consideravelmente a chegada de raios solares à superfície.

A pesquisa compilou registros de medições de radiação solar na China desde o final dos anos 50. A pesquisa mostra uma tendência decrescente na radiação solar até cerca de 2005, quando estabilizou e começou a subir de novo. Isso acompanha o aumento da poluição do ar devido às usinas de queima de carvão e manufatura – assim como a queima de biomassa – que só recentemente foi abordada.

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Outra constatação foi que a variação não é a mesma em todas as cidades. Na realidade as cinco piores províncias viram quedas do potencial de geração na ordem de 20 a 28%. Estes incluíam centros industriais no leste, mas também algumas áreas de alta elevação no oeste, onde uma pequena quantidade de poluição do ar pode ter um grande impacto.

Se a China pudesse voltar à sua qualidade de ar nos anos 50, suas instalações solares existentes em 2016 teriam produzido mais 14 terawatts-hora de eletricidade de graça. Mantendo essas condições ideais até 2030 seriam produzidos 70 terawatts-hora extras de energia a cada ano.

A energia solar também gera economia para o país. Nesse caso: um ar mais limpo em 2016 teria garantido US $1,9 bilhão econmizados em eletricidade. Em 2030, os 13% extras – que segundo a pesquisa foram desperdiçados – valeriam mais de US $6 bilhões por ano.

Em outra comparação, as melhorias na eficiência dos painéis solares aumentaram a produtividade em cerca de 10% entre 2005 e 2017, ajudando a torná-los mais competitivos em custo. Ou seja, mesmo com a qualidade do ar piorando, a tecnologia serviu para melhorar a captação de energia. Contudo, se não existisse a poluição, os resultados poderiam ser muito mais significativos.

Via: Ars Technica