Pagar contas pela internet, dispositivos eletrônicos conectado à internet que cabem no nosso bolso, recomendações de hotéis em lugares para os quais você comprou passagem de avião e serviços de comparação de preços online são coisas comuns hoje, mas não eram em 1999. 

Nesse ano, porém, Bill Gates lançou seu livro Business @ The Speed of Though (“Negócios na velocidade do pensamento”), no qual ele já previa todos esses desenvolvimentos da tecnologia, além de diversos outros, de maneira bastante exata.

O site Business Insider fez um levantamento de uma série de previsões feitas pelo fundador da Microsoft há 18 anos e que se tornaram realidade com uma precisão surpreendente. Você pode conferir abaixo:

1. Comparação de preços

“Serviços de comparação automática de preços serão desenvolvidos, permitindo que pessoas vejam preços em múltiplos sites, tornando muito fácil encontrar o produto mais barato em todas as indústrias”.

O que temos hoje: Serviços como Zoom e Buscapé fazem a comparação de preços, analisam o histórico de variação do valor e ainda alertam quando o custo cai a um patamar que o consumidor está disposto a pagar.

2. Dispositivos móveis

“As pessoas carregarão pequenos dispositivos que permitirão que elas se mantenham em contato e realizem suas atividades eletrônicas onde elas estiverem. Elas poderão olhar as notícias, acompanhar voos, receber informações do mercado financeiro e fazer basicamente qualquer coisa nestes dispositivos”.

O que temos hoje: smartphones já são para muitos a plataforma computacional número 1 de muitas pessoas. Apenas tarefas específicas ainda dependem de PCs para serem concluídas.

3. Pagamentos e medicina

“As pessoas pagarão suas contas, cuidarão de suas finanças e se comunicarão com seus médicos pela internet”.

O que temos hoje: A medicina não foi revolucionada com a internet, mas as tentativas estão lá. Empresas de tecnologia como a Apple têm o objetivo de concentrar os registros médicos dos usuários para facilitar o atendimento ao seu usuário. Na parte de pagamentos, no entanto, as coisas estão se movendo de forma muito mais rápida, com internet banking sendo realidade até mesmo para quem é leigo com tecnologia. Serviços como o PayPal também estão cravados na sociedade.

4. Assistentes pessoais

“Companheiros pessoais serão desenvolvidos. Eles se conectarão e sincronizarão todos os seus dispositivos de forma inteligente, não importando se eles estão na sua casa ou no trabalho. O dispositivo irá ler seus e-mails e notificações e apresentarão informações de que você precisa. Quando você for a um mercado, você pode alertá-lo das receitas que você quer preparar e ele vai gerar uma de ingredientes que você precisa comprar. Ele irá informar suas compras a todos os dispositivos que você usa e sua agenda, permitindo que eles se ajustem automaticamente ao que você está fazendo”.

O que temos hoje: Siri, Cortana e Google Now/Google Assistente com outros exemplos no horizonte, como Alexa e Bixby. Um dia estas ferramentas habitaram apenas os celulares, mas já estão migrando para estarem por toda parte, começando por caixas de som conectadas como o Google Home e o HomePod da Apple. A ideia é que as assistentes se espalharão por toda a casa.

5. Monitoramento doméstico online

“Transmissões constantes de vídeo da sua casa serão comuns, que servirão para informar se alguém visita sua casa enquanto você não está lá”.

O que temos hoje: opções de câmeras conectadas não faltam. E para quem não quer gastar dinheiro com isso, existem aplicativos que prometem fazer isso com o seu celular, o que pode ser um fim mais digno para um smartphone antigo do que simplesmente atirá-lo para coletar poeira em uma gaveta.

6. Mídias sociais

“Sites privados para seus amigos e familiares serão comuns, permitindo conversar e planejar eventos”

O que temos hoje: é provavelmente mais fácil listar quais serviços NÃO fazem isso atualmente. O Facebook está aí para reunir amigos e parentes com a possibilidade de criação de grupos por interesses. Os grupos de família no WhatsApp também mostram como a tecnologia pode aproximar as pessoas… talvez até demais.

7. Ofertas automáticas

“Softwares que saibam quando você agendou uma viagem e usam a informação para sugerir atividades no local de destino. Ele sugere atividades, descontos, ofertas e preços para todas as coisas de que você possa querer participar.

O que temos hoje: se você comprou uma passagem e enviou a informação para o seu Gmail, o Google faz tudo isso para você. Ele vai te lembrar da viagem com alguns dias de antecedência, sugerir lugares para ver, mostrar a cotação da moeda local. O Airbnb, que nasceu como um serviço que conecta pessoas com espaços livres a viajantes procurando opções mais acessíveis que hotéis, também sugere atividades.

8. Sites de discussão sobre esportes ao vivo

“Enquanto assiste a alguma competição esportiva na TV, serviços permitirão que você discuta o que está acontecendo ao vivo, com discussões sobre quem você acha que vai vencer”

O que temos hoje: o Twitter como o campeão de comentários sobre eventos ao vivo. A rede social vai muito além dos esportes, no entanto, com muito burburinho gerado com outros programas, com o exemplo recente do sucesso que foi Master Chef nas redes sociais.

9. Publicidade inteligente

“Dispositivos terão anúncios inteligentes. Eles sabem suas tendências de compras, e irão mostrar anúncios com base nas suas preferências”.

O que temos hoje: Google e Facebook coletam volumes gigantescos de dados sobre as pessoas online, mesmo que elas não possuam contas nestes serviços, e usam essas informações para vender anúncios direcionados.

10. Links durante transmissões de TV ao vivo

“Transmissões televisivas incluirão links para sites relevantes e conteúdo que complemente o que você está assistindo”

O que temos hoje: De fato, transmissões e comerciais televisivos frequentemente exibem links para conteúdos online que complementam o vídeo, com links para mídias sociais ou alguma página da web.

11. Fóruns de discussões políticas online

“Moradores de cidades ou países poderão ter discussões online sobre assuntos que os afetam, como política local, planejamento ou segurança”

O que temos hoje: talvez isso exista em excesso. Quase todos os sites de notícias possuem espaços para comentários sobre o tema. As redes sociais também se tornaram grandes polos de discussões políticas, com o Twitter e o Facebook no centro de revoluções políticas no Oriente Médio e com grande participação nas históricas manifestações de 2013 no Brasil e novamente em 2016, culminando no impeachment de Dilma Rousseff.

12. Sites baseados em interesses

“Comunidades online não serão influenciadas pela sua localização, mas pelo seu interesse”

O que temos hoje: de fato, as pessoas se reúnem muito mais por interesses em comum do que por proximidade geográfica. Comunidades enormes em torno da apreciação de filmes, seriados, livros, orientações políticas e muito mais. O Reddit talvez seja o maior exemplo, com nichos e sub-nichos divididos em subreddits, mas é possível observar esse comportamento em praticamente qualquer comunidade online; o Facebook não é diferente.

13. Gerenciamento de projeto e recrutamento

“Gerentes de projetos procurando montar uma equipe poderão ficar online, descrever o projeto e receber recomendações de pessoas disponíveis que se encaixem nos requisitos. Similarmente, pessoas procurando trabalho poderão encontrar oportunidades de emprego declarando seus interesses, necessidades e especialidades”.

O que temos hoje: sites com catálogos de freelancers existem aos montes. Nunca foi tão fácil encontrar pessoas para se juntar a algum projeto. O LinkedIn também é uma dessas ferramentas em que as pessoas que buscam apresentam suas capacidades para impressionar recrutadores. Sites de vagas de emprego também existem aos montes.