Recentemente, a Apple admitiu que reduz a velocidade de iPhones antigos para compensar o desgaste natural da bateria com o passar do tempo. A prática rendeu uma série de processos contra a empresa, que agora entrou na mira do Procon de São Paulo.
O órgão de defesa do consumidor anunciou que enviou uma notificação judicial à Apple por conta da “lentidão de processamento após atualizações do software”. A partir desta quarta-feira, 3, a empresa tem dez dias para se manifestar.
O Procon quer saber de maneira oficial, da Apple, “qual é o problema de fato e os prejuízos que os usuários do iPhone estão tendo ou poderão ter”, e mais detalhes sobre o desconto na troca de bateria que a Apple anunciou recentemente.
“O Procon-SP quer informações de como o consumidor deverá proceder, quais modelos estão incluídos nessa ação, qual o prazo para essa troca e o custo”, explicou a organização por meio de uma nota divulgada nesta quarta.
A história até aqui
Tudo começou em dezembro de 2017, quando um estudo de um laboratório independente concluiu que a Apple estava, de fato, reduzindo o desempenho de iPhones mais antigos para prolongar a vida útil da bateria. Dias depois, a companhia confirmou a prática.
Segundo a Apple, quando o iOS percebe que a bateria já atingiu seu ciclo natural de desempenho, a velocidade máximo do processador é reduzida para evitar danos à célula de energia e desligamentos repentinos – um problema notado por muitos usuários do iPhone 6 após alguns anos de uso.
Sendo assim, a Apple deixa o iPhone mais lento para preservar a bateria, mas nunca informou claramente aos consumidores sobre essa prática. Outras empresas de smartphones, como Samsung, Motorola e LG, dizem que não fazem o mesmo que a Apple.
A empresa da Maçã foi, então, alvo de uma dúzia de processos, alguns exigindo compensações na casa do US$ 1 trilhão. A Apple pediu desculpas pelo “mau entendido” e passou a oferecer um desconto na troca de bateria de qualquer versão do iPhone a partir do iPhone 6. É esta a promoção que o Procon investiga.