A briga judicial entre Qualcomm e Apple, que se arrasta desde o início deste ano, ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira, 16. A fabricante de chips entrou com uma ação contra a Maçã na China, com o objetivo de banir a venda de iPhones no país.

O argumento, como reportou a agência de notícias Reuters, é o mesmo que a Qualcomm tem usado em outros processos ao redor do mundo: violação de patentes. Alguns componentes do iPhone são fabricados pela Qualcomm, e são disponibilizados não só por venda direta, mas também por licenciamento, o que a Apple tem se recusado a pagar.

Durante anos, a Apple teve de pagar à Qualcomm não só pela compra de chips, modens e sensores para o iPhone, unidades compradas em massa para as linhas de produção da empresa, mas também teve de pagar para usar esses componentes em cada celular vendido. Desse modo, a Qualcomm ganhava uma porcentagem de cada iPhone vendido no mundo.

A Apple resolveu contestar o acordo e processou a Qualcomm. Em troca, a Qualcomm processou a Apple por parar de pagar o licenciamento dos componentes. A ação começou nos Estados Unidos e agora está sendo aberta na China, país que é o maior mercado de smartphones do mundo.

A Qualcomm quer que o iPhone seja banido até que a Apple pague o licenciamento dos componentes. A Apple, por sua vez, diz que essa cobrança é desproporcional e injusta. Mas embora seja o maior mercado de smartphones do mundo, a China não é exatamente um terreno fértil para a Apple.

Segundo um levantamento do instituto de pesquisas Counterpoint, divulgado em agosto, o mercado chinês é o que mais cresce no mundo, mas é dominado por marcas locais, como Oppo, Vivo e Huawei. A Apple dificilmente passa do terceiro lugar entre as empresas que mais vendem celular na China.

Isso não quer dizer que a Apple não sentiria falta do mercado chinês. Ficar de fora do país que mais vende smartphones do mundo é ruim para o negócio de qualquer marca global como a Apple. Por enquanto, porém, ainda não se sabe quando a ação da Qualcomm será julgada.