Um smartphone Android tem seus altos e baixos (como tudo), mas talvez o maior ponto negativo é o fato de que, dependendo do aparelho que você comprar, o suporte a atualizações por parte da fabricante que produziu o seu modelo pode ser nulo.

Normalmente, as empresas privilegiam os últimos lançamentos e os modelos mais caros na hora de liberar updates de software. Isso aliena uma parte enorme da base de usuários do Android, que na maior parte dos casos, está na faixa mais acessível de preço.

O problema disso nem é tanto o fato de que os usuários com aparelhos mais modestos ficam sem acesso aos novos recursos das versões mais atuais do Android. Isso é o menor dos problemas, já que, de fato, um hardware mais modesto terá problema para rodar um software mais avançado. A verdadeira questão é que estas pessoas também ficam desprotegidas, sem as atualizações de segurança que fecham os buracos que todo sistema operacional possui.

Por isso, a ideia do Google de criar uma “lista da vergonha” que seria uma forma de forçar as empresas a se mexerem para atender melhor ao seu público sob risco de “se queimar” com a clientela e perder vendas.

Assim, demos uma olhada no panorama atual do Brasil e observamos quem tem as chances de aparecer melhor na lista, e quem pode ficar na parte de baixo.

Quem está bem?

Motorola/Lenovo: Com a introdução dos primeiros aparelhos Moto, em 2013 a empresa adotou uma identidade que coloca a sua versão do Android muito próxima do puro, o que agiliza o desenvolvimento e liberação de atualizações. No passado, os aparelhos chegaram a ser atualizados antes mesmo de modelos Nexus. 

Com a aquisição pela Lenovo, as coisas podem mudar (não necessariamente vão). Só neste ano, a empresa anunciou três versões diferentes do Moto G, uma mudança drástica da estratégia dos últimos anos. Mais aparelhos para cuidar, mais dificuldades em manter todos atualizados. Vamos ver se a Motorola não cai na lista.

Quem está mais ou menos?

Sony: Nos últimos anos, a Sony deixou de lado a competição pelos aparelhos mais modestos e focou-se em intermediários e tops de linha, o que enxugou bastante o seu portfólio de smartphones. Assim, a empresa tem conseguido dar atenção à maior parte de seus modelos recentes. Como a Motorola, tem dado suporte de pelo menos dois anos aos seus aparelhos, chegando a liberar o Marshmallow ao Xperia Z2, de 2014. No entanto, as atualizações costumam demorar a chegar.

Samsung: A empresa lança vários aparelhos por ano, e, embora tenha diminuído o volume de novos modelos lançados em comparação com o que fazia há dois ou três anos, ainda não é capaz de oferecer suporte adequado a todos eles. Um exemplo: o Galaxy J5, um dos aparelhos mais populares do momento, lançado no ano passado, ainda não teve a atualização confirmada pela Samsung. No entanto, na faixa superior de preço, as atualizações costumam ser bem rápidas.

LG: Similar à Samsung, mas com um pouco mais de lentidão na liberação de upgrades na faixa mais alta de preço. Muitos aparelhos diferentes impedem um suporte adequado a todos eles, o que atrapalha os usuários de aparelhos mais modestos.

Quem vai mal?

Asus: A empresa tem um histórico curto no mercado, mas tem pontos altos e baixos. Basicamente toda a sua linha Zenfone 2 foi ou será atualizada, dos aparelhos mais básicos aos tops de linha, mas as atualizações demoram bastante para sair, beirando um ano de espera. A empresa também é pouco clara em relação aos modelos mais simples, como o Zenfone Go e o Zenfone 5, que podem não ser atualizados mesmo sendo recentes.

Quem não vai?

Xiaomi: a chinesa Xiaomi é estreante no mercado brasileiro, e só tem um modelo no mercado, ainda parado no Android 4.4 (KitKat). No entanto, isso pouco importa para a empresa e seus usuários, já que a companhia atualiza frequentemente a MiUI com novos recursos, mesmo que o núcleo Android permaneça o mesmo. É uma outra política de software que não deve mudar tão cedo.