O Google Stadia é um dos serviços mais promissores para os gamers, que com ele tem a chance de ter acesso a vários jogos de uma forma mais acessível. Isso é claro, ocorre por conta de o serviço fazer o streaming dos games, o que elimina a necessidade de um hardware potente para rodá-los, mas exige uma conexão com a internet estável.
Apesar de ainda não estar disponível para o Brasil e nem ter uma previsão de chegada por aqui, o Olhar Digital teve a chance testar um pouco do Google Stadia. A seguir, confira nossas primeiras impressões sobre o novo serviço do Google para jogos.
O primeiro teste no PC
Antes de relatarmos de como foi a nossa experiência ao rodar o Google Stadia no computadoré necessário ressaltar que você precisa de uma conexão com a internet, que se for Wi-Fi, deve estar preferencialmente na frequência de 5GHz para evitar travamentos, lentidões e outros tipos de problemas, como o seu manual sugere.
Para o primeiro teste, o Olhar Digital rodou o Google Stadia no PC e, devido a distância entre o PC e o roteador, o primeiro jogo que rodamos foi em uma conexão na frequência de 2.4 GHz com uma velocidade média de 27Mbps. Surpreendentemente, apesar de não seguir o tipo de conexão recomendada, o resultado foi bem aceitável e só tivemos alguns pequenos travamentos ao tentar rodar o Destiny 2. Ainda assim, esses travamentos não eram contínuos e a jogabilidade não chegou a ser muito prejudicada.
No segundo teste, ainda no PC, foi utilizada uma conexão cabeada, que também ofereceu ótimos resultados e uma experiência ainda mais fluída.
Algo também interessante, ao usá-lo no PC, é que você não precisa ficar restrito ao controle do próprio Google Stadia. Assim, como é possível notar em nosso vídeo, foi utilizado um joystick do PlayStation 4, que foi reconhecido de primeira e sem a necessidade de instalação de drivers ou algo do tipo. Inclusive, algo bem interessante, é que até os botões que aparecem nos menus dos jogos já mudam de acordo com o controle usado.
O Google Stadia no celular
Para a segunda rodada de testes do Google Stadia, nós optamos por testá-lo em uma plataforma mobile. Assim, nós rodamos o serviço em um aparelho topo de linha desse ano, o Pixel 4, que também é do Google. Por enquanto, o Google Stadia só é compatível com os aparelhos Pixel 2, 3, 3a e 4, além de tablets com o Chrome OS.
Um pouco diferente do que ocorreu no PC, ao rodar o Google Stadia em uma rede de 2.4GHz não foi uma boa experiência, onde a latência se tornou um problema. Entretanto, já ao ir para a rede de 5GHz a experiência mudou por completo e poder jogar algo do nível de Destiny 2 no celular foi algo incrível, inclusive, a experiência aqui foi melhor do que com o Chromecast, que abordaremos com mais detalhes logo em seguida.
Em relação a qualidade de imagem vista, aqui, também não tivemos problemas, sendo que o tamanho da tela do celular e sua alta resolução até acabaram contribuindo para os gráficos do jogo. Infelizmente, ainda estávamos sem o suporte que acopla o controle ao celular para completar nossa experiência.
Algo também interessante a ser notado ao jogar no celular, é que seu aplicativo possui uma função “Resume”. Assim, por exemplo, ao parar de jogar um game no celular, quando você volta a abrir o aplicativo do Stadia, é possível continuar exatamente de onde havia parado. Entretanto, existe um limite de tempo para fazer uso dessa função, que deve girar em torno de 5 minutos.
O Google Stadia no Chromecast Ultra
Esta última opção do Google Stadia deve agradar mais os donos de videogames, sendo ideal para ser utilizada em televisores. Aqui, o Chromecast Ultra, assim como seus antecessores é conectado a uma porta HDMI da televisão e precisa ter a sua fonte conectada a uma tomada, que também é a responsável por permitir uma conexão cabeada com o aparelho. Diferente do que acontecia em modelos anteriores, um contra dessa nova versão é justamente a impossibilidade de alimentá-lo por uma porta USB.
O teste realizado no Chromecast Ultra foi feito com uma conexão cabeada, que estava com uma velocidade média de 690Mbps. Jogar o Tomb Raider com ele acabou sendo uma experiência bem satisfatória e sem problemas com comandos bem responsivos.
Ao jogar o Destiny 2 nela, entretanto, não foram notadas lentidões, mas a latência parecia não estar perfeita em determinados momentos. Apesar de ser algo bem sútil, no vídeo abaixo é possível notar alguns atrasos nos comandos de pulos ou para atirar, que são ocasionais.
Algo a ser notado no Stadia, é que o seu controle pode ser conectado nas frequências de 2.4 ou 5 GHz. Em nosso teste, até chegamos a alternar entre essas frequências, mas na prática o resultado era praticamente o mesmo, sem grandes diferenças visíveis. Inclusive, uma pequena crítica aqui fica para a forma de conectar o controle ou acessar suas opções de sincronia, já que a documentação do produto não aborda esse assunto de forma clara.
Assim como foi mencionado para o caso do Destiny 2 e do Tomb Raider, em relação a imagem, apesar de existirem relatos com críticas em relação a ela na internet, nós não notamos nenhum tipo de problema em nossos testes. E, também vale lembrar, que utilizamos a resolução 4K para eles. Também é importante dizer, que o próprio Google Stadia avalia constantemente a qualidade da sua conexão para adequar a qualidade de sua imagem a ela.
O controle do Google Stadia
O controle do Google Stadia, ao menos visualmente, lembra um pouco o Pro Controller do Switch e um de seus pontos positivos é o layout de seus botões, que fazem com ele lhe pareça familiar desde a sua primeira utilização. Os seus direcionais funcionam extremamente bem, enquanto os seus botões, apesar de serem macios e responsivos, são um pouco barulhentos.
Em relação ao seu tamanho, ele é um pouco maior do que o Dual Shock 4 do PlayStation 4, mas ainda é bem confortável e não é exageradamente grande. Mas é claro que ele poderia ter alguns pequenos extras como um trackpad incorporado, que facilitaria uma ou outra tarefa.
Já na questão de bateria, em aproximadamente quatro dias com o produto utilizando-o por duas horas durante o dia ainda não foi possível esgotar a sua carga, isso mesmo sem fazer uma recarga completa.
Jogos com qualidade pré-definida
Diferente do que acontece ao rodar um jogo no PC, o Google Stadia segue a mesma limitação dos videogames. Então, por exemplo, não é possível fazer qualquer alteração nas configurações dos gráficos dos jogos, tudo já vem pré-definido.
Outro detalhe a ser notado, é que o Google Stadia suporta a frequência máxima de 60 quadros por segundos, ou seja, quem utiliza um monitor gamer ou televisão com frequências maiores não poderá usufruir desse benefício. Por fim, ainda nesse quesito, o Google Stadia também não tem o suporte para monitores ultra-wide.
A loja do Stadia
A loja do Stadia pode ser acessada atualmente apenas a partir do celular por seu aplicativo, o que significa que no PC, você pode apenas acessar os títulos que possui. De forma geral, a loja tem uma resposta bem rápida para os comandos, sendo mais rápido do que em certos videogames.
Entretanto, um ponto negativo ao menos nesse começo, é que a loja não possui uma barra para fazer buscas ou até mesmo filtros. Enquanto o catálogo ainda é pequeno, esse problema não chega a ser grande, mas são recursos básicos e que precisam ser implementados em breve.
Outro ponto interessante da loja também fica para a opção do BuddyPass, que permite a um amigo seu ter o acesso ao Stadia, inclusive, sem a necessidade de ter o controle oficial da plataforma. Ainda assim, ao menos em nossos testes, a função não estava disponível para ser utilizada.
Conclusão
Após nossos primeiros testes, nós temos a sensação de que o Google Stadia é realmente uma plataforma promissora e que funciona bem na maior parte do tempo. Entretanto, é claro que ainda existe espaço para alguns ajustes, como ter uma latência mais estável para determinados títulos.
Já a sua loja também mostra que está em estágio inicial e aguardamos mais títulos nela. A sua interface é boa, assim como o seu tempo de resposta, mas algumas funções extras precisam ser implementadas como a busca e a possibilidade de fazer compras em qualquer plataforma em que o Stadia está sendo utilizado.
A análise do Google Stadia feita pelo Olhar Digital foi feita com a contribuição do Fernando Bonet, que mora em Londres e adquiriu a versão “Founder’s Edition” do produto para uso pessoal.