Você já ouviu falar do Scorp? Trata-se de um aplicativo de rede social semelhante ao “falecido” Vine. A ideia é que o usuário possa compartilhar vídeos de até 15 segundos num feed global, separado por tópicos, assim como o antigo app de vídeos, desativado no fim do ano passado.

Mas o que ele tem de realmente especial? Sem nenhuma explicação clara até agora, o app se tornou o mais baixado do Google Play e um dos mais populares da App Store no último fim de semana, de acordo com dados da empresa de monitoramento de aplicativos App Annie.

No dia 1 de agosto, o app era apenas o 34º mais baixado do Android no Brasil. Um dia depois, ele saltou para a sétima posição do ranking. No dia 3 de agosto, já era o terceiro mais popular, superando nomes como Facebook, Instagram e até Uber. Entre sexta-feira, dia 4 de agosto, e segunda, dia 7, ele foi o primeiro colocado na lista, ultrapassando o WhatsApp.

Abrindo a tela dos apps grátis mais pesquisados do Google Play, é possível ver que o Scorpo está lá até o momento da redação deste texto, em primeiro lugar. No iPhone, a situação não é muito diferente: é o 10º mais baixado do momento, mas, na última quinta-feira, 3, esteve em segundo lugar, perdendo apenas para o Sarahah.

E de onde veio tanta popularidade? Até agora, é difícil saber. O app foi criado na Turquia e está disponível na App Store e no Google Play desde 2015. Ele nunca apareceu entre os 100 mais baixados do mundo até essa inexplicável arrancada no início de agosto.

Na loja de aplicativos do Google, sabe-se que o app já foi instalado mais de 5 milhões de vezes. A partir das mais de 90 mil avaliações, a média de nota do app é baixa: apenas 3,9 estrelas. Entre os comentários, há diversos brasileiros, muitos dos quais acusando o app de ter enviado convites para amigos do Facebook sem pedir autorização.

O Scorp oferece compras dentro do app, mas não encontramos nada à venda nele. Para funcionar, o aplicativo pede acesso à câmera do celular, para gravar vídeos e tirar fotos; à lista de contatos, para indicar amigos; ao microfone do aparelho; ao armazenamento, podendo apagar e modificar conteúdo até do cartão microSD; e pede permissão para impedir o modo ocioso do telefone, receber dados da internet, ver conexões de rede, “ter acesso total à rede”, serviços da faturamento do Google Play e ver conexões Wi-Fi.

Teoricamente, nada que outros apps de vídeos já não solicitem, como, por exemplo, o Instagram. Com a diferença de que a origem desse Scorp permanece em mistério. Navegando pela aba “Descobrir”, é possível notar que boa parte do conteúdo compartilhado deriva de vídeos de teor adulto, o que poderia explicar essa popularidade repentina. Segundo o site oficial do Scorp, mais de 25 milhões de vídeos já foram produzidos e compartilhados com o app. O aplicativo também está disponível para Windows Phone.