Uma reportagem do New York Times desta semana indica que o YouTube ainda não tem controle sobre seu conteúdo. Isso levou o senador norte-americano Josh Hawley a propor uma legislação que exige que ele e outros sites de vídeo retirem conteúdos que “apresentem menores de idade” do algoritmo — embora eles ainda possam aparecer nos resultados de pesquisa.

No início do ano, o YouTube estava sob ataque: acusações mostraram como os algoritmos de recomendação do site facilitaram um “círculo de pedofilia de soft-core” nas seções de comentários de vídeos inocentes. Os anunciantes saíram da plataforma e a empresa retirou mais de 150 mil vídeos e desativou comentários em milhões de gravações para ajudar a anular a atividade.

A medida proposta por Hawley não resolve o desafio de definir quando um vídeo “apresenta menores de idade”. A regra é clara, mas tem exceções quanto a imagens que “têm menores em segundo plano”. Além disso, “vídeos produzidos profissionalmente, como competições de show de talentos no horário nobre” seriam isentos. Ela também é simplista, já que não se estende a conteúdos amadores que têm valor e qualidade de produção.

YouTube prometeu para com recomendações

Em janeiro, o YouTube prometeu que pararia de recomendar esses vídeos e começaria a remover outros além desses — especialmente os que negam eventos como o Holocausto ou o tiroteio de Sandy Hook, bem como os que disseminam notícias falsas e teorias da conspiração.

O grande volume de conteúdo carregado no YouTube todos os dias torna esse policiamento muito desafiador. Ultimamente, há muitos pedidos por mais regulamentações governamentais sobre a ação de gigantes da tecnologia. O projeto de lei do senador Hawley tem grande chance de sucesso, mas por enquanto continua a ser analisado.

No cenário brasileiro, milhares de menores de idade se tornaram youtubers e já têm mais seguidores do que muitos adultos. O site se popularizou e crianças passam horas gravando e assistindo umas às outras — muitas afirmam já ter uma “carreira” estabelecida.

Uma legislação como essa aqui poderia ser controversa por aqui e tenderia a não ser aprovada. O Brasil é o segundo maior consumidor de vídeos mundial da plataforma, segundo pesquisa coordenada pelo Media Lab da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). 

Via: Engadget