Em 1983, um ano antes de agitar o mercado com o Macintosh, a Apple lançou o Lisa, um supercomputador (para a época) que se tornou um dos maiores fracassos da história da empresa. Exatos 35 anos depois, em 2018, o sistema operacional da máquina vai se tornar open-source.
O Museu de História do Computador, dos EUA, vai disponibilizar o código do sistema operacional de graça para download no ano que vem, informou o Business Insider, incluindo todos os programas pré-embarcados originais do Lisa.
O computador foi o primeiro a vir com uma interface gráfica guiada pelo usuário, incluindo interação por mouse. Na época, computadores usavam sistemas básicos com uma tela preta e eram comandados por códigos digitados no teclado. Os mais famosos eram os da IBM, que rodavam DOS ou Basic.
O projeto do Lisa e seu sistema operacional foi liderado pessoalmente por Steve Jobs, que “pegou emprestado” as ideias dos pesquisadores da Xerox na época. Anos depois, a Apple processaria a Microsoft por supostamente “plagiar” o software do Lisa com a primeira versão do Windows.
No entanto, o Lisa foi um fracasso. A Apple gastou mais de US$ 150 milhões no desenvolvimento da máquina, que custava absurdos US$ 10 mil quando foi lançada e vendeu apenas 10 mil unidades. Três anos depois, seu desenvolvimento foi encerrado.
O Lisa também teve papel central nas polêmicas da vida pessoal de Steve Jobs. O computador tinha o mesmo nome da sua primeira filha, Lisa Nicole Brennan-Jobs, mas o empresário dizia que era, na verdade, uma sigla para “Local Integrated System Architecture”, ou “sistema local de arquitetura integrada” em tradução livre.
Jobs, na época, relutava em assumir a paternidade da filha. Anos depois, em entrevista ao jornalista Walter Isaacson, que publicou a mais famosa biografia do fundador da Apple, ele admitiu que “Local Integrated System Architecture” não significa nada, e que o nome do computador Lisa foi mesmo uma homenagem à filha.