O Spotify, a primeira empresa a oferecer, desde 2008, um serviço de streaming de música ilimitado e um grande catálogo, alcançou no primeiro trimestre de 2019 a marca 100 milhões de assinantes pagantes. Isso representou um crescimento de 32%. No total, a empresa sueca tem 217 milhões de assinaturas, em 78 mercados, dos quais 117 desfrutam do modo livre com anúncios.

O Spotify torna-se, assim, a primeira empresa a atingir 100 milhões de assinantes de streaming de áudio. Seus maiores concorrentes, que também têm uma taxa de crescimento razoavelmente alta, não estão nada próximos. Os números mais recentes da Apple Music, rival desde 2015, permanecem praticamente na metade, com 56 milhões. O recém-lançado Amazon Prime Music e o Tencent Music (presente apenas no mercado chinês) ficam ainda menores se comparados com o serviço sueco.

Os números de como o Spotify converte usuários de plano gratuito para o pago são impressionantes.

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No entanto, o “porém” dessa história é que, por mais que cresça, a empresa ainda não foi consistentemente lucrativa. A rentabilidade do trimestre anterior alcançou os números desejados; já o primeiro trimestre de 2019, embora tenha arrecadado 1,5 bilhão de euros — superando expectativas de especialistas —, o lucro é ainda negativo. São 142 milhões de euros de prejuízo. Entretanto, se compararmos com o mesmo período no ano passado, os prejuízos somaram 169 milhões. Para muitos, isso prova que a tendência natural do Spotify é atingir o equilíbrio — leia-se quitar suas dívidas.

A empresa expressou que, com o pagamento de royalties aos detentores de direitos, é difícil ser rentável. O que está sendo feito com empresas de podcasting configura uma saída para esse impasse. O tempo que cada “episódio” dura deixa o serviço muito mais barato, porque mostra conteúdo (com e sem anúncios), mas sem ter que pagar direitos para cada reprodução. A aposta é clara, e a aquisição do Parcast, um estúdio de podcast, confirmou isso. 

Embora o Spotify espere alcançar entre 107 e 110 milhões de assinantes no próximo trimestre, e entre 117 e 127 milhões no final do ano – o que poderia reduzir o prejuízo durante 2019 – a empresa espera alcançar seu primeiro período “fechando no azul” apenas em 2020. 

Dos 1,5 bilhão de euros arrecadados, 91,6% do total são provenietes do serviço de assinatura, sendo que o restante é gerado a partir da publicidade na modalidade gratuita. Com a divulgação dos resultados do primeiro trimestre, as ações da empresa subiram 4,9%. No entanto, a queda acumulada é de 22% ao longo de 2019.