Já estamos vivenciando a quarta revolução industrial em nosso dia a dia, uma economia com forte presença de tecnologias digitais, mobilidade e conectividade de pessoas, na qual as diferenças entre homens e máquinas se dissolvem e cujo valor central é a informação. Presenciamos uma evolução exponencial da tecnologia que vem ocasionando mudanças profundas no mercado de trabalho, na economia, nos formatos das empresas. As mudanças são tão profundas que, sob a perspectiva da história humana, nunca houve um tempo com tantas promessas ou potenciais perigos.
No século XVIII, o ambiente de trabalho era baseado em pequenos grupos, trabalhos manuais, conteúdos finitos e específicos que podemos batizar de Workplace 1.0. Depois, veio a revolução industrial e alcançamos o Workplace 2.0 com ferramentas mecânicas, linhas de produção, grandes grupos, uniformidade de comportamento e tarefas repetitivas. Posteriormente, experimentamos os computadores e os sistemas automatizados e mergulhamos em um Worplace 3.0. Atualmente, temos um ambiente de aprendizado fora da sala de aula, ou seja, nas empresas e nos lares que podemos chamar de Workplace 4.0, onde se verifica o prazer no aprendizado, uma alta relevância no significado das tarefas e um aprendizado baseado em desafios.
E nas escolas ? Infelizmente estamos oferecendo, na maioria dos casos, um Education 2… Esta diferença impulsiona a desistência pelos estudos formais no Brasil.
Tentar preservar modelos ultrapassados é inútil. O mercado está buscando outras soluções, clamando por mudanças de paradigmas. Na educação não é diferente. Precisamos urgentemente digitalizar os nossos métodos de transmissão de conhecimentos utilizando as tecnologias como ferramenta e mudando drasticamente os papéis dos professores e das escolas. O professor deve ser o inspirador e o norteador das experiências pedagógicas baseadas em desafios que irão propiciar aprendizado, enquanto que a escola deve dar suporte a estas experimentações prazerosas e eficientes para o aprendizado, abandonando as travas tradicionais que já não funcionam mais.
A forte mudança estrutural da economia mundial vem se destacando como consequência do desenvolvimento das tecnologias exponenciais. Esta onda poderá trazer benefícios aos países que mais investirem em educação, enquanto minará empregos nos países subdesenvolvidos e com pouco investimento em formação de sua população, como ocorre hoje no Brasil, na África e nos países do Sudeste da Ásia.
Segundo previsões do Fórum de Davos, muitas ocupações estão sendo disruptadas e outras já estão em curso como consequência das inovações tecnológicas. Por outro lado, estas mesmas inovações tecnológicas vão criar novas oportunidades de empregos que não existem hoje. As empresas necessitarão de mão de obra qualificada para tocar os novos projetos que a quarta revolução já está cobrando, daí a oportunidade que temos de investir em um Education 4.0.
É dever de todos se preparar para estas mudanças que ocorrem em velocidades exponenciais e não dão sinais de desaceleração. E na educação, a transformação deve acontecer urgentemente.
Onde estão o Uber, o Netflix, o WhatsApp da educação ?
As novas gerações precisam de uma escola que ensine para a vida, que contribua para que o aluno realize seus sonhos, com um aprendizado digital – Digital Learning – que integra as particularidades das metodologias ativas com as tecnologias emergentes entregando um ensino que de fato irá fazer a diferença na vida dos estudantes.
O GLS – giz lousa e saliva – precisa dar espaço para o Digital Learning. Não é compatível insistirmos em um ensino analógico para estas gerações digitais.
Atrevo-me a concluir que esta espiral de evolução tecnológica só tende a aumentar e evoluir a cada dia com a quarta revolução industrial, impondo uma forte necessidade de mudança no processo de transmissão e utilização de conhecimento, modificando o nosso mindset para adaptá-lo a esse admirável mundo novo da tecnologia exponencial para que ela seja a nossa grande aliada neste e nos próximos Anos Novos !