Se você conhece a marca TP-Link, provavelmente é por causa dos roteadores. Mas recentemente a empresa lançou também alguns celulares no mercado brasileiro. Os modelos lançados foram o X1 e o X1 Max. E o Olhar Digital recebeu da empresa uma versão do X1 Max para testar.

O dispositivo tem configurações intermediárias boas, como 3GB de RAM, 32GB de armazenamento com espaço para cartão microSD e processador MediaTek Helio P10. Fora isso, ele câmera traseira de 13MP e frontal de 5MP, tela LCD Full HD de 5,5 polegadas e bateria com 3000 mAh de capacidade.

Na teoria, é um dispositivo bem capaz, ainda mais considerando seu preço sugerido de R$ 1.100. E, na prática, essa impressão se confirma. O aparelho tem um custo-benefício muito bom, e oferece alguns recursos até mesmo comparáveis aos de celulares um pouco mais caros – mas não deixa de ter alguns probleminhas.

Design

Um dos primeiros aspectos impressionantes do X1 Max é a sua aparência. Ele tem um corpo inteiro de metal, que também parece bem resistente. Na parte frontal, há bordas acima e abaixo da tela: acima ficam o sensor infravermelho, o alto-falante e a câmera frontal; embaixo, três botões capacitivos. O do meio é a tradicional bolinha do Android, mas os dos lados são apenas traços: eles podem ser configurados para que um deles seja o “voltar” e o outro seja o “apps recentes” – é legal que você possa escolher qual é qual.

Na parte superior da traseira, há uma protuberância quase imperceptível na qual ficam a câmera traseira, o flash e o sensor de impressões digitais. O tamanho pequeno do sensor, inicialmente, me preocupou. Mas, surpreendentemente, ele foi um dos melhores que eu já usei: mesmo com o dedo um pouco molhado ou engordurado, ele destravava a tela todas as vezes. Nem tudo no X1 Max funciona muito bem, mas o sensor biométrico funciona perfeitamente.

Em uma das laterais, há o botão de aumentar/diminuir volume e o de destravar a tela. Eles ficam bem posicionados e facilmente ao alcance do dedão da mão direita (ao menos da minha mão, que é um pouco grande). Do lado esquerdo, há algo interessante: uma pequena alavanca semelhante à dos iPhones, que liga ou desliga o modo silencioso. Deixá-la para cima faz com que o celular não emita sons, apenas vibre. É um recurso útil, e uma primeira indicação de que a TP-Link se inspirou nos celulares da Apple para fazer o seu.

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Felizmente, ao contrário da Apple, a TP-Link incluiu uma porta P2 de fones de ouvido, na parte superior do aparelho. Na parte inferior, há o microfone, outro alto-falante e o conector microUSB que é usado para carregar o aparelho e transferir dados. É um pouco negativo que a empresa não tenha optado por um conector USB-C, já que a tendência é que ele se torne cada vez mais popular. Por enquanto, pelo menos, não tem muito problema.

Software e performance

A primeira impressão que o aparelho dá por fora é positiva; ao ser ligado, porém, as coisas azedam um pouco. O Neffos X1 Max usa uma versão do Android modificada pela TP-Link que “se inspira” na iOS. Um resquício disso é o fato de que ela não tem gaveta de aplicativos: todos os apps instalados no aparelho ficam na tela inicial, em diferentes páginas. Você pode agrupá-los como quiser, mas, no caso da maioria deles, não é possível removê-los.

Aplicativos pré-instalados e que não podem ser desinstalados nunca são legais. Os apps que vem no X1 Max não são particularmente inúteis, pesados ou invasivos, pelo menos. E você sempre pode instalar um aplicativo como o Nova Launcher ou o Google Now Launcher para mudar a cara do sistema. Mas isso não muda o fato de que os apps não podem ser apagados.

Há algo, no entanto, que não é tão simples assim de se mudar: durante nosso período de teste com o X1 Max, ele apresentou algumas demoras excessivas em carregar aplicativos e trocar entre apps abertos. E, em uma ocasião, ele ficou instável e só voltou a funcionar normalmente depois de uma reinicialização.

Após a instalação do Google Now Launcher, as lentidões ficaram menos comuns e o celular não fico mais instável. O único porém foi o app de relógio: embora o relógio pré-instalado funcione bem, o relógio do Google, que eu instalei depois, não funcionou. Eu ativei apenas o alarme dele, fui dormir e perdi a hora. Pode ser um caso isolado, mas a sensação de mau funcionamento permaneceu. É muito frustrante que o dispositivo funcione pior com o software dela do que com o do Google. Se o Android foi modificado, deveria ser para oferecer uma experiência melhor, e não o contrário.

Com outro launcher instalado, pelo menos, o X1 Max oferece o tipo de performance que se espera de um dispositivo intermediário. O Antutu Benchmark coloca ele entre o Moto G5 e o Moto G5 Plus, o que provavelmente é graças aos seus 3GB de RAM. O celular não demora muito para instalar, abrir ou trocar entre aplicativos, executa até mesmo games pesados com boa qualidade. Para um uso cotidiano (jogos, WhatsApp, Uber, etc.), ele é mais do que suficiente.

Bateria

Quanto à duração da bateria, o X1 Max não decepciona, mas também não impressiona. Ele tem uma bateria de 3000 mAh que, para sua tela de 5,5 polegadas com resolução Full HD, é suficiente para garantir um dia completo de uso – mas não muito mais do que isso.

Num dia de uso relativamente intenso – com jogos, redes sociais, apps que usam o GPS e aplicativos de mensagem – o celular chega ao final da noite com uns 20% de bateria. Se, por exemplo, você sair do trabalho e emendar um happy hour até tarde da noite, a bateria do celular pode acabar antes de dar tempo de você chamar um Uber. 

De qualquer maneira, não se trata exatamente de um defeito: se você sabe que ainda vai precisar do celular por mais tempo, basta usá-lo um pouco menos, ou ativar o modo de economia de energia do celular, para que ele renda um pouco mais. Por outro lado, o X1 Max perde a oportunidade de se destacar em um aspecto que mesmo celulares top de linha ainda deixam um pouco a desejar.

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Há, no entanto, alguns pontos positivos. O primeiro deles é que o indicador de bateria do celular é bem preciso: ele não te dá nenhum susto como simplesmente sumir com 20% de sua bateria em vinte minutos, por exemplo. E se ele diz que a bateria ainda vai durar cinco horas, a estimativa é bem confiável.

Fora isso, o X1 Max também tem um sistema de carregamento rápido que, realmente, é bem rápido. Embora ele ainda use a interface microUSB, ele consegue basicamente carregar metade de sua bateria em aproximadamente meia hora. Nesse caso, basta você levar o carregador na mochila ou bolsa que você não deve ficar sem energia no meio do dia.

Câmera

A câmeras traseira de 13MP do X1 Max não vai competir com a do Galaxy S8 pelo título de melhor do mercado brasileiro. Mas dentre os dispositivos da mesma faixa de preço, a câmera não faz feio. Com recursos bem completos de processamento e captação de imagens, e com uma lente que se vira até mesmo em situações de baixa luminosidade, ela é bem competitiva pelo preço do celular.

Um aspecto negativo dela é que ela não tem um modo de inicialização rápida. O que você pode fazer é ativar o modo “Instantâneo de tela desligada”. Com ele ativado, apertar duas vezes o botão de diminuir o volume faz com que a câmera se ligue e tire uma foto automaticamente. Mesmo que você precise tirar uma foto urgentemente, esse modo é pior do que simplesmente ativar a câmera, porque a foto sai sem que você consiga ver o que está fotografando. Dessa forma, quando eu queria abrir a câmera, eu precisava apertar o botão, esperar ela tirar uma foto borrada e desfocada, e então tirar a foto que eu queria. Não é ideal, mas tudo bem, funciona.

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Tanto a câmera frontal quanto a traseira têm flash, o que é útil para situações de má iluminação. Mais interessante, porém, é o fato de que as duas têm HDR, o que permite fotos bem mais bonitas de por do sol, por exemplo. O HDR não é automático: você precisa ativá-lo ou desativá-lo manualmente, o que é um pouco chato. E como o obturador é um pouco lento, você precisa segurar o celular fixo por alguns segundos quando o HDR estiver ativado. Mas as fotos tiradas com esse recurso acabam valendo a pena.

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Com boas condições de iluminação, porém, a câmera impressiona. Os 13MP dela são muito bem aproveitados, e acabam até gerando um efeito “bokeh” (fundo desfocado) em algumas imagens com foco mais próximo. Se você mostrar uma foto bem iluminada tirada com a câmera do X1 Max para alguém que não conheça muito sobre câmeras, a pessoa pode achar que a foto veio de um dispositivo bem mais caro.

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A câmera de selfie não é tão chamativa assim, mas ela cumpre seu papel de maneira surpreendentemente bem. Ela tem uma tendência de, no modo automático, aumentar muito o ISO para compensar problemas de iluminação. Isso faz com que algumas das selfies fiquem meio granuladas – o que é ruim, mas é melhor do que se elas ficassem borradas. Ela ainda não é ideal (se você for tirar uma selfie num ônibus de noite, por exemplo, vai precisar esperar o ônibus parar), mas dá conta da maioria dos recados.

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Conclusão

Um aspecto que precisa ficar claro com relação ao Neffos X1 Max é que, com ele, nem tudo são flores: o software dele deixa muito a desejar e a bateria não impressiona, por exemplo. Essas são características que, em alguns casos, seriam suficientes para tirar do celular qualquer possibilidade de recomendação.

Mas no caso do X1 Max, elas não chegam a incomodar tanto assim. Isso porque o dispositivo chega ao mercado brasileiro por um preço muito competitivo, e ele compensa esses problemas com um nível acima da média em outras partes – seu design, sua câmera e seu sensor biométrico, por exemplo.

Não fossem esses problemas, o X1 Max tinha potencial para ser o melhor celular da sua faixa de preço. A triste falta de otimização de seu software é o principal motivo para que ele não chegue a isso. Mesmo assim, com o Neffos X1 Max, a TP-Link mostra que chegou ao mercado brasileiro com intenção – e capacidade – de brigar pela liderança.

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