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“Nenhum homem é uma ilha,  
completo em si mesmo, é um pedaço  
do continente, de um todo.” 
John Donne (Poeta inglês, 1572 – 1631)

A vitória de Donald Trump na eleição norte-americana revelou ao mundo o poder dos “grupos fechados” ou clusters existentes nas redes sociais em especial no Facebook. De certa forma é um contrassenso observar redes sociais horizontais e “democráticas” metamorfoseando-se em círculos fechados, pragmáticos, radicais em suas ideias, os quais compartilham somente o que lhes interessa e atacam ferozmente opositores. Estaríamos diante do fim das grandes redes sociais e início de um período de feudos virtuais?

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A ilha inexistente

Utopia é uma ilha onde seus habitantes vivem em harmonia, trabalham para o bem comum, há liberdade de fé religiosa e a política é justa. Thomas More, filósofo inglês, autor do romance de 1516, criou o lugar onde todos querem viver, mesmo sabendo que ele não existe. De fato, o mundo deste lado da tela, parece estar em franca decadência: milhões de refugiados, violência, corrupção política e injustiça social sufocante. O marketing das redes sociais é basicamente fundamentado neste lugar paradisíaco, estar entre amigos, onde nos sentimos seguros e reina a felicidade, onde todos estão “de acordo” sobre tudo. Assim, milhões vão em busca desta utopia virtual, basta ter um perfil. Mas Thomas More não tem perfil no Facebook.

As ilhas existentes

Ao que parece, no real ou no virtual, nosso destino é vivermos entrincheirados. Memes, trolls, comentários agressivos e bots armados até os dentes defendem as praias das ilhas virtuais nas redes sociais. Ou você está dentro ou está fora. Nenhum homem é uma ilha disse o poeta mas, pode com algoritmos e bits, construir a sua.

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