Quem assistiu ao evento da Apple no mês passado ficou com a impressão de que a empresa e a Microsoft viraram grandes parceiras e colegas. Essa impressão, aparentemente, se desfez nesta terça-feira, 6, quando foram apresentados os novos dispositivos com Windows 10. Aparentemente, o coleguismo se limita ao software.

Durante todo o evento em Nova York, a Microsoft se mostrou bastante interessada em bater na Apple sempre que possível. A cada anúncio, uma comparação com um produto da rival, sempre favorável ao produto da Microsoft, claro.

Antes do evento, já havia começado a circular uma imagem de um misto de geladeira com torradeira. O desenho é uma indireta (quase direta) bem clara a Tim Cook, CEO da Apple, que havia zombado da proposta do Surface de ser um híbrido de tablet e laptop há alguns anos. Segundo o executivo na ocasião, não é porque algo pode ser feito que deve, dando o exemplo de que “é possível misturar uma geladeira e uma torradeira, mas a experiência não seria boa”.

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Anos depois, surge o iPad Pro, que tem uma proposta idêntica à do Surface Pro. Deve ter sido um momento de glória em Redmond, tanto que foi a empresa achou necessário relembrar a geladeira-torradeira.

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Mas as cutucadas não pararam por aí. Quando começou a falar do potencial do Surface Pro 4, que tem configurações de respeito, com processador Intel de 6ª geração, até 16 GB de RAM, Panos Panay, vice-presidente da Microsoft, fez questão de observar que o produto não era comparável a nenhum “Pad”, em uma referência clara ao iPad Pro.

Feita esta menção, ele foi direto no Macbook Air, apontando como o híbrido tinha um desempenho 50% melhor que o notebook da Apple. No entanto, ele não detalhou qual versão do Surface Pro 4 tem esse desempenho superior.

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Depois, foi a vez de falar do Surface Book. Pela primeira vez na história a Microsoft apresentou um notebook próprio e a Apple não foi esquecida novamente. Desta vez, a comparação foi feita com o Macbook Pro, e foi ainda mais elogiosa para o produto da Microsoft. Segundo a empresa, o seu laptop tem duas vezes mais capacidade de processamento do que o concorrente da Apple.

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Será interessante ver como essa rivalidade se desenvolve ao longo dos próximos anos. Antigamente, Apple e Microsoft brigavam por software, porque antigamente a Microsoft só fazia software. Agora que as duas estão no mercado de hardware, a rivalidade parece ter migrado. Nunca antes a Microsoft investiu tanto para levar seus programas para outras plataformas, e a Apple parece satisfeita com isso. Mas a parceria acaba aí.